
Lembra daquela imagem tradicional de Londres com tempo chuvoso e fog, aquela forte neblina típica? Pois então – esqueça de tudo isso. Ontem, dia 19 de julho, os termômetros próximos ao Aeroporto de Heathrow marcaram 40,2° C, temperatura de cidades tropicais como o Rio de Janeiro no verão. Aliás, o título da postagem faz referência a música Rio 40 graus, de Fernanda Abreu.
O recorde anterior de temperatura mais alta na Inglaterra havia sido alcançado em 2019, quando os termômetros marcaram 37,8° C. O Met Office, o serviço nacional de meteorologia do país, confirmou que essa é a maior temperatura já registrada desde o início das medições no Reino Unido.
De acordo com previsões dos meteorologistas, o Reino Unido só deveria enfrentar temperaturas dessa ordem de grandeza nos verões a partir do ano 2050. Esse recorde de temperatura antecipou em 28 anos as previsões climáticas no país.
Existem relatos de incêndios em áreas de matas por toda a Grã-Bretanha, inclusive nos arredores da capital britânica – especialmente ao longo de rodovias. O Governo emitiu um alerta vermelho para a onda de calor, o que indica que existe risco potencial para a vida humana.
As temperaturas em toda a Inglaterra – especialmente no Sul do país, vem aumentando sistematicamente ao longo dos últimos anos. Uma evidência clara desse fenômeno pode ser vista na produção de vinhos no país. Isso está ocorrendo em um momento onde tradicionais produtores da bebida como a França e a Itália assistem a uma redução em suas produções.
Sem nenhuma tradição na produção de bons vinhos, a Inglaterra apresentou um crescimento de 60% na produção da bebida nos últimos 5 anos. O Sul da Inglaterra vem experimentando um aumento sistemático no número de dias ensolarados nos verões, o que vem proporcionando condições cada vez mais favoráveis ao cultivo da uva e a produção do vinho.
Os britânicos não estão sendo os únicos a sofrer com a atual onda de calor na Europa. Há notícias de mais de mil mortes em todo o continente em decorrência das altas temperaturas – Portugal e Espanha concentram o maior número de vítimas.
No total, 21 países da Europa já emitiram alertas de emergência para as suas populações. Um desses casos é a Itália, onde 9 das 27 capitais de província estão em alerta máximo por causa das altas temperaturas. Entre outras cidades estão Bolonha, Gênova, Florença, Milão, Turim e Roma.
Além dos riscos à saúde das populações, as altas temperaturas estão provocando grandes incêndios florestais em diversos países. Além de Portugal, Espanha, França e Croácia, que já tratamos em uma postagem anterior, entrou nessa lista a Grécia. Há notícias de um grande incêndio nos arredores de Atenas e o Governo já emitiu um alerta para evacuação de moradores que moram em áreas de risco.
O calor extremo e a seca também deverão ter reflexos na produção agrícola da Europa. Um dos casos mais preocupantes é a produção de trigo. Os países da União Europeia devem colher 125,7 milhões de toneladas do grão este ano, o que representa uma queda de 3,4% em relação à safra de 2021.
Aqui é sempre importante lembrar que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que já entrou no seu quinto mês e não tem perspectivas de uma solução no curto prazo, representa uma ameaça para o abastecimento de trigo nos países europeus. Conforme já citamos em outras postagens, Rússia e Ucrânia respondem por 1/3 da produção mundial de trigo.
Para encerrar, o verão europeu costuma atingir seu pico em agosto. Ou seja – ainda há espaço para as coisas piorarem ainda mais por lá…
[…] LONDRES 40 GRAUS, OU FALANDO DA ONDA DE CALOR NA EUROPA […]
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[…] contínuo do planeta, o número de dias quentes e também as ondas de calor (como a que está assolando a Europa nessas últimas semanas) tenderão a aumentar ainda mais a produção de pólen pelas plantas, o que só aumentará o […]
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[…] temperaturas que já andam altas na Europa subiram mais alguns graus: a Rússia suspendeu o fornecimento de gás natural para o continente […]
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[…] final de junho de 2022, publicamos uma postagem aqui no blog falando da temperatura recorde de 40,2º C que foi registrada no Aeroporto de […]
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[…] Por fim, e não menos importante, as Ilhas Britânicas estão sofrendo mudanças bastante visíveis no seu clima. As chuvas praticamente diárias que caiam sobre o Sul da Inglaterra já não são tão frequentes e as ondas de calor nos meses do verão tem levado os termômetros a superar a barreira dos 40º C. […]
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