
Dentro de poucos dias terá início a COP26 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021. No encontro deste ano, que se realizará na cidade de Glasgow na Escócia, delegados e líderes mundiais vão discutir inúmeros temas ligados à situação ambiental do planeta, e, em especial, as ações que devem ser implementadas pelos países contra os efeitos das mudanças climáticas.
A COP – Conference of the Parties, ou Conferência das Partes, é uma associação formada pelos países membros signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas adotada em 1992. Após a ratificação da Convenção em 1995, os países membros passaram a se reunir anualmente a partir de 1996.
Nos encontros anuais, que duram duas semanas, a situação das mudanças climáticas no planeta é avaliada e novos mecanismos para o controle da emissão de gases de efeito estufa e outras agressões ambientais são colocados em discussão. Nem sempre essas discussões encontram consenso entre todas as partes envolvidas, o que torna as decisões lentas e árduas.
Uma questão que provavelmente fará parte das discussões dessa COP é o recente aumento do volume de carvão queimado em centrais termelétricas para a geração de energia elétrica. Conforme discutimos em postagens anteriores, o mundo está vivendo uma grave crise energética. Uma saída encontrada por muitos países foi a de aumentar a geração de eletricidade via queima de carvão, algo que foge completamente das metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
As preocupações climáticas se intensificaram nas últimas décadas e culminaram na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em 1992 e, posteriormente na assinatura do Protocolo de Kyoto em 1997. Através deste Protocolo, os países que ratificaram o acordo assumiriam o compromisso de reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa entre 2008-2012 para uma média de 5% em relação aos níveis de 1990. Num segundo momento, as nações signatárias assumiriam o compromisso de reduzir as emissões entre 2013-2020 em pelo menos 18% abaixo das emissões de 1990.
No total, mais de 175 países assinaram o Protocolo de Kyoto, inclusive o Brasil, assumindo o compromisso de reduzir as suas emissões. Apesar de ser considerado um marco na defesa do meio ambiente, os resultados obtidos ficaram abaixo das expectativas. Em 2015, durante a COP21 em Paris, foi discutido um novo compromisso mundial em substituição ao Protocolo de Kyoto.
Em 12 de dezembro de 2015 foi aprovado esse novo compromisso, que recebeu o nome de Acordo de Paris. Assinado por 195 países, o Acordo entrou em vigor em 2016, tendo como principal meta limitar o aumento da temperatura global abaixo dos 2º C até o final deste século. Todos os países que ratificaram esse acordo têm metas ambientais a cumprir e os encontros nas reuniões da COP são o espaço para avaliar o cumprimento dessas metas e o estabelecimento de novos desafios.
As mudanças climáticas e o aumento das temperaturas do planeta têm como origem as emissões de Gases de Efeito Estufa. Esse Efeito é um processo físico natural do planeta Terra que ocorre quando determinados gases presentes na atmosfera absorvem parte da irradiação infravermelha do sol, irradiando e retendo esse calor na superfície do planeta. Entre os principais gases causadores do Efeito Estufa estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6) e duas famílias de gases, hidrofluorcarbono (HFC) e perfluorcarbono (PFC).
O Efeito Estufa permitiu, ao longo dos vários ciclos da história geológica do planeta, a estabilização da temperatura dentro de uma faixa vital para a manutenção da vida e do clima. Essa estabilização permitiu o desenvolvimento dos sistemas florestais e a estabilização dos oceanos, com o consequente equilíbrio dos gases formadores da atmosfera e a explosão da vida biológica na Terra.
Esse delicado e vital equilíbrio ambiental se manteve estável ao longo de milhões de anos, até que o crescimento das atividades humanas, notadamente nos últimos 300 anos, passou a afetar a composição dos gases da atmosfera e a estabilidade do clima. Um marco dessa mudança foi o início da Revolução Industrial a partir de 1750, quando volumes cada vez maiores de carvão passaram a ser queimados nas indústrias.
Ao longo dos séculos XIX e XX, com a intensificação da queima de combustíveis fósseis, com as emissões atmosféricas das indústrias, das atividades agrícolas e pastoris, produziu-se gradativamente uma intensificação do Efeito Estufa, com consequências graves para a humanidade. Os efeitos das mudanças climáticas se tornaram bastante visíveis nas últimas décadas.
Derretimento de grandes volumes de gelo em regiões polares e no alto de grandes cadeias de montanhas, aumento do nível dos oceanos e mudanças em correntes marítimas e de ventos, secas intensas em algumas partes do mundo e aumento das chuvas em outras, invernos rigorosos em alguns lugares e calor acima da média em outros. Em maior ou menor escala, todos os países do mundo já enfrentam as consequências das mudanças climáticas.
Um tema bastante sensível para nós brasileiros são as queimadas na região da Amazônia. Grande parte da opinião pública mundial, mal informada ou informada incorretamente sobre a realidade, foi levada a ver o nosso país como um “grande vilão do clima mundial”. E, mais uma vez, nossos representantes vão comparecer ao encontro em uma situação complicada.
Conforme comentamos na postagem anterior, nosso país não é exatamente um santo quando se fala em preservação da natureza, todavia, estamos entre os “menos piores” quando se avalia o patrimônio ambiental que ainda possuímos. Algo entre 56% e 63% de nosso território ainda é coberto por florestas, um dos percentuais mais altos entre os grandes países do mundo, e nossas contribuições em emissões de gases de efeito estufa correspondem a 2.9% das emissões mundiais.
Além disso, mais de 80% de toda a energia elétrica que consumimos no país vem de fontes renováveis, especialmente de fontes hidráulicas, solares e eólicas. Também somos pioneiros no uso em larga escala de combustíveis renováveis com o nosso etanol.
Temos uma agricultura altamente eficiente e de altíssima produtividade que ocupa apenas 7,6% do nosso território de acordo com cálculos feitos pela NASA – Administração de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, na sigla em inglês. E o que é melhor: nossas safras agrícolas estão aumentando continuamente enquanto que a área plantada permanece praticamente inalterada.
Temos sim os nossos problemas ambientais, porém, estamos em condição de dar umas boas aulas para os “gringos”.
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[…] tempos de COP26, quando parte das atenções globais está voltada para os gravíssimos problemas ambientais que […]
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[…] destacamos a emissão dos gases de Efeito Estufa. Só para relembrar, uma das principais pautas da recente COP26 foi justamente o de reforçar o compromisso dos países no controle de suas emissões desses […]
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[…] ilegais até o ano de 2030, promessas que inclusive foram confirmadas na recente reunião da COP26, em Glasgow, na Escócia, há pouco mais de 15 dias atrás. Como diz o velho ditado: “a gente […]
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