
Nos últimos dias, a América do Norte vem enfrentando uma fortíssima onda de calor. Nos Estados Unidos, a definição onda de calor é usada nos momentos em que se registram dois ou mais dias com temperaturas anormalmente levadas e desconfortáveis, associadas com valores elevados de umidade relativa. Nessas ocasiões, os meteorologistas recomendam que as pessoas fiquem em casa, evitem exercícios extenuantes e que tomem muito líquido
De acordo com informações do NWS – Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, na sigla em inglês, mais de 220 milhões de norte-americanos, ou cerca de 70% da população dos 48 Estados contíguos do país, enfrentaram temperaturas acima de 32° C nessa última semana.
Desse total, cerca de 45 milhões de pessoas, ou cerca de 15% da população desses Estados, enfrentaram temperaturas acima dos 40° C. Na cidade Las Vegas, a capital do jogo do país e localizada no meio de um deserto, e também em Phoenix, capital do Estado do Arizona, as temperaturas ultrapassaram a marca dos 47° C.
No Vale da Morte, um escaldante trecho de deserto de Mojave no Leste da Califórnia, as temperaturas superaram a marca de 50,5° C, batendo o recorde anterior de maior temperatura em 2,5° C – esse recorde persistia desde 1994. O Vale da Morte é considerado um dos lugares mais quentes do mundo, apresentando temperaturas iguais ou mais altas que os desertos do Oriente Médio e do Norte da África.
Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra centenas de bois que morreram por causa do excesso de calor no Texas (vide foto), onde as temperaturas chegaram aos 49° C. Segundo as informações, mais de 2 mil cabeças de gado morreram no Estado. Também circulam informações que falam da morte de outros 10 mil animais no Estado do Kansas por causa do calor excessivo.
De acordo com o NWS, as cidades mais afetadas por essa forte onda de calor ficam nas regiões Sudoeste e nas planícies do Sul do país. Nessa segunda-feira, dia 20, o calor começou a se deslocar para a faixa Leste dos Estados Unidos.
De acordo com os meteorologistas, essa onda de calor está sendo provocada por uma cúpula de alta pressão. Isso ocorre quando uma área de alta pressão permanece estacionada sobre uma mesma região por vários dias. Essa cúpula prende o ar quente de forma similar à tampa de uma panela.
Nas bordas dessa cúpula se desencadeia um clima virulento, com chuvas extremas, inundações repentinas e grandes tempestades elétricas. Foi exatamente isso o que se passou no Parque Nacional de Yellowstone, que precisou ser fechado devido às fortes chuvas e inundações.
As enchentes foram provocadas pelas chuvas e também pelo derretimento do gelo das montanhas por causa do forte calor. Os serviços de emergência informaram que mais de 90 pessoas que visitavam o parque precisaram ser resgatadas por helicópteros. O Yellowstone é o parque mais antigo dos Estados Unidos e também um dos mais visitados.
O Canadá também está sofrendo com temperaturas acima da média. Estudos recentes, inclusive, vêm demonstrando que as temperaturas no país estão aumentando desde a década de 1960. As ondas de calor se refletem cada vez mais em grandes incêndios florestais, onde há grandes perdas de vidas humanas, infraestruturas e plantações.
Em junho do ano passado, conforme apresentamos em postagem aqui do blog, os termômetros da pequena cidade de Lytton, na Colúmbia Britânica, marcaram a impressionante temperatura de 46,6° C, uma das mais altas temperaturas já registradas na história do Canadá. Teme-se que esse recorde possa ser quebrado na onda de calor atual.
A frequência e a intensidade das ondas de calor na América do Norte estão ficando cada vez mais altas. Um estudo do Met Office Science Fellow em Climate Attribution, uma organização britânica que se dedica ao estudo do clima e das mudanças climáticas, comprova isso e afirma que são as mudanças climáticas globais que estão por trás dessas ondas de calor.
Esse estudo demonstra que a probabilidade natural de uma onda de calor até um passado recente era de uma vez a cada 312 anos. Atualmente, essa probabilidade já aumentou para uma vez a cada 3,1 anos – até o final deste século, incorporando as projeções das mudanças climáticas, essa probabilidade será de uma vez para cada 1,15 ano. Ou seja – vamos sair de uma onda de calor e entrar em outra.
No último mês de janeiro tivemos uma demonstração do poder de uma dessas ondas de calor aqui em nossas vizinhanças. O evento começou na região de San Antonio Oeste, na Patagônia Argentina, onde as temperaturas atingiram a marca inédita de 42,8° C. Menos de dois dias depois, a onda de calor atingiu a região de Buenos Aires. Segundo os meteorologistas argentinos, esse evento foi inédito no país.
As temperaturas na região de Buenos Aires ficaram próximas dos 40° C por vários dias. Com o uso excessivo de energia elétrica por ventiladores e sistemas de ar condicionado, a rede elétrica da capital porteña entrou em colapso e mais de 700 mil pessoas ficaram às escuras. O forte calor também atingiu o Uruguai, todo o Norte da Argentina, o Paraguai e também a Região Sul do Brasil, em especial o Rio Grande do Sul.
E não são apenas norte-americanos e canadenses que estão sofrendo com o forte calor nos últimos dias – vários países da Europa também estão enfrentando calor acima da média e seca. Falaremos disso na próxima postagem.
[…] FORTE ONDA DE CALOR ATINGE A AMÉRICA DO NORTE […]
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[…] Norte da China estão sendo assoladas por fortes ondas de calor a exemplo do que está ocorrendo na América do Norte e em partes da […]
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[…] exemplo da América do Norte, de parte da Europa e de regiões do Centro e Norte da China, o Japão também está enfrentando […]
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[…] aqui do blog, essas ondas de calor estão se tornando cada vez mais frequentes na Europa, na América do Norte e também em países da Ásia, estando diretamente associadas às mudanças climáticas globais. […]
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[…] situação da Europa não é um caso isolado – na América do Norte e em partes da Ásia o clima também não tem dado trégua. Mesmo aqui no Brasil estamos assistindo […]
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[…] já tratamos em postagens anteriores, todo o Hemisfério Norte está sofrendo com fortes ondas de calor e de seca, com temperaturas superando frequentemente a barreira dos 40° C. Essas condições climáticas, […]
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