
As cidades de Pequim, capital da China, e Nova Déli, capital da Índia, amanheceram cobertas por uma densa nuvem de poluição nesta sexta-feira, dia 05 de novembro. O fenômeno climático, que não é nada incomum nessas cidades, ocorre no momento em que líderes políticos, cientistas, empresários e jornalistas estão reunidos na cidade de Glasgow – Escócia, para os trabalhos da COP26 – Conferencia das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas de 2021.
Uma das principais discussões do encontro são as emissões de gases de Efeito Estufa, um dos grandes vilões do clima mundial, e as tratativas para que os países acelerem a redução de suas emissões. Um dos principais gases emitidos pelos países é o dióxido de carbono (CO2), liberado principalmente pela queima de carvão mineral. Esse combustível fóssil é usado, principalmente, em centrais térmicas de geração de energia elétrica, em processos industriais como a siderurgia e também para o aquecimento de residências em países de clima temperado.
China e Índia estão entre os maiores consumidores de carvão mineral do mundo e, não por acaso, figuram na lista dos maiores emissores mundiais de gases de Efeito Estufa. Conforme comentamos em uma postagem anterior, o Governo da Índia se recusou a aumentar as suas reduções de emissões para além dos valores acordados anteriormente. Havia uma forte pressão para que o país reduzisse suas emissões em 40% até 2030. A China também sinalizou que não pretende reduzir o ritmo de suas emissões e informou que só deverá atingir a neutralidade das suas emissões em 2070.
De acordo com dados divulgados por reportagens, a concentração de material particulado na atmosfera de Pequim hoje é de 220 microgramas para cada metro cúbico de ar. Em Nova Déli, essa concentração está bem mais alta – são mais de 400 microgramas para cada metro cúbico de ar. De acordo com as recomendações da OMS – Organização Mundial da Saúde, a concentração máxima recomendável é de 25 microgramas de material particulado para cada metro cúbico de ar.
A China, conforme comentamos em uma postagem recente, está sofrendo com uma fortíssima crise energética. Inúmeras centrais termelétricas a carvão foram reativadas emergencialmente para compensar as perdas de geração em centrais térmicas a gás natural, combustível que sofreu um enorme aumento de preços nos últimos meses e que está em falta no país. Na Índia, onde a queima de carvão para a geração de energia elétrica sempre foi muito grande, o principal responsável pela alta concentração de poluentes na sua capital são as condições climáticas.
A trágica coincidência desses eventos com a COP26 não deixa de ser didática para muita gente – é preciso reduzir as emissões de gases de Efeito Estufa ou vamos todos sofrer com eventos muito parecidos em nossas grandes cidades dentro de muito pouco tempo.
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[…] aerossóis. Lembro também que o desenvolvimento econômico nesses países se apoia grandemente no uso de combustíveis fósseis como o carvão, o que resultou na emissão de enormes quantidades de gases de efeito estufa nas últimas […]
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