A CRIAÇÃO DO CONSELHO DA AMAZÔNIA, O FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL EM DAVOS E AS “BRAVATAS” DE GEORGE SOROS

George Soros

No último dia 21 de janeiro, o Presidente Jair Bolsonaro anunciou em sua rede social a criação do Conselho da Amazônia. De acordo com o comunicado, este Conselho deverá coordenar as ações e políticas dos diferentes Ministérios do Governo Federal para a região, garantindo assim a “proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia”. O Vice-Presidente da República, General Hamilton Mourão, será o coordenador deste conselho. Aqui vale lembrar que o General Mourão é filho de amazonenses e descendente de indígenas da Amazônia, tendo atuado em grande parte da sua carreira militar na Floresta Amazônica – conhecimento sobre o assunto é o que não lhe falta. 

Também foi anunciada a criação de uma Força Nacional Ambiental, nos mesmos moldes da Força Nacional de Segurança, porém voltada à proteção do meio ambiente da Amazônia. Entre as poucas informações concretas já divulgadas, existe a notícia de que parte dos recursos financeiros recuperados pela Operação Lava Jato poderão ser usados na criação dessa força de segurança ambiental. 

Muitos setores da nossa imprensa passaram a criticar a ideia, mesmo sem conhecer os detalhes da iniciativa. Eu confesso que não sou um dos maiores fãs do Presidente Jair Bolsonaro, mas sou obrigado a admitir que seu Governo tem conseguido avançar em muitas áreas importantes como economia, agricultura e infraestrutura – qualquer iniciativa que nos leve a melhorar e evoluir na áea do meio ambiente deve, na minha opinião, ser elogiada e apoiada. Caso as iniciativas nesse campo se mostrem ineficientes ou incorretas, aí sim teremos razões para sentar a “lenha” no Governo. O meio ambiente não é de esquerda nem de direita – ele é tudo e todos.

Qualquer leitor um pouco mais sensato perceberá que a divulgação dessa notícia às vésperas da abertura dos trabalhos do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, fez parte de uma estratégia de propaganda do país, com o objetivo de amenizar a péssima imagem do Brasil na área ambiental. Conforme tratamos em uma longa sequência de postagens, nosso país foi acusado de estar transformando a “Amazônia em cinzas”, de estar “destruindo o pulmão do mundo” e mais um monte de acusações que, em grande parte, não tinham fundamento.  

Como todos nós sabemos, as queimadas de verão na Amazônia vêm acontecendo há várias décadas e decorrem, fundamentalmente, das políticas governamentais de ocupação territorial da Regiões Centro-Oeste e Amazônica em curso desde a década de 1940. Durante muito tempo, a implementação dessas políticas fez muito sentido – a população brasileira estava, até meados do século XX, concentrada na faixa litorânea do país; o interior era um verdadeiro “deserto de gentes”.  

Com a abertura de muitas rodovias, algumas ferrovias e graças a diversas iniciativas de estímulo à migração interna, extensas áreas do Oeste Paulista, de Mato Grosso (Estado que mais tarde foi dividido em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Goiás (que depois foi dividido em Goiás e Tocantins), Rondônia, Acre e Pará foram ocupadas. O que no passado foi sinal de povoamento e progresso, atualmente é visto como devastação ambiental – é hora de acionar o freio e rever toda essa estrutura de ocupação fundiária. Nossos melhores votos a esse Conselho e nossa esperança de dias melhores para a grande Floresta Amazônica. 

No Fórum Econômico Mundial em Davos, como seria de se esperar, a questão ambiental ocupou grande parte das discussões e o Brasil, é claro, foi a vidraça da vez. Alegando questões de segurança e outros compromissos, o Presidente Jair Bolsonaro não compareceu ao evento, jogando a “batata quente” nas mãos do Ministro da Economia, Paulo Guedes. 

Um detalhe curioso das discussões, o qual demonstra a visão dominante no mundo atual, é que os grandes incêndios florestais que estão devastando a Austrália desde o último mês de setembro foram tratados como “acidentais” e país colocado na posição de vítima. Conforme mostramos nas últimas postagens, a Austrália é um dos países do mundo que mais tem devastado o meio ambiente nas últimas décadas. As grandes florestas de eucalipto, que já ocuparam perto de 20% do território australiano, vêm sendo derrubadas sistematicamente para a abertura de campos agrícolas e para a criação de pastagens para bois e ovelhas

A fragmentação das florestas de eucalipto, além de causar grandes impactos para a fauna local, tem tornado a vegetação remanescente mais seca e, portanto, mais susceptível a incêndios florestais mais violentos. Assim como ocorre no Cerrado Brasileiro, as matas australianas evoluíram ao longo de milhares de anos convivendo com queimadas naturais. Com o atual grau de devastação do meio ambiente, dizem os especialistas, a intensidade dos incêndios ultrapassou a capacidade de resiliência das florestas – o fogo está conseguindo destruir as matas. 

De acordo com os mais recentes levantamentos, os incêndios na Austrália já consumiram uma área 6 vezes maior do que os incêndios da Amazônia em 2019. Essa área devastada, que por si só já é uma tragédia dantesca, ganha novas dimensões quando se analisa a Austrália como um todo – cerca de 80% do território da Austrália é formado por terrenos desérticos e semiáridos e o país é considerado como o continente habitado mais seco do mundo. Esses incêndios só pioraram a situação geral do país

Para completar o espetáculo “circense” em Davos, o polêmico bilionário George Soros (vide foto) anunciou a criação de um fundo de US$ 1 bilhão para a formação de uma “rede acadêmica”, que terá como objetivo a luta contra “ditadores de agora e em gestão” e também as mudanças climáticas. De acordo com nota divulgada pela Open Society Foundation, entidade criada por Soros, essa rede acadêmica terá o objetivo de interligar instituições de ensino superior de todo o mundo, oferecendo cursos e programas de graduação. 

Em seu discurso no Fórum Econômico, George Soroscriticou o Presidente Jair Bolsonaro por sua atuação na área ambiental, afirmando que o mandatário brasileiro abriu a Amazônia para a criação de gado”. Soros também classificou os Governos da Rússia, China e da Índia como “autoritários” e ainda chamou o presidente dos Estados Unidos de “vigarista e narcisista”. Observem que, pelo andar da carruagem, não podemos esperar grandes coisas vindas dessa nova rede acadêmica de George Soros

A percepção que eu tenho e que procuro deixar bem clara em minhas postagens, é que muitos desses Governos estrangeiros, especialmente da Europa, estão mesmo é preocupados com as grandes riquezas minerais, hídricas e florestais da Amazônia, e estão buscando formas legais dentro do Direito Internacional para legitimar ações que permitam uma intervenção estrangeira na Floresta. Esse discurso – a Hileia Amazônica, existe desde o final da década de 1940 e nunca foi completamente esquecido por essa gente. O histórico de destruição social e ambiental que muitas dessas nações deixaram em suas antigas colônias na África e na Ásia mostram claramente as suas formas de agir. 

Discursos em favor da proteção da Floresta Amazônica, dos rios, dos povos indígenas e até essa conversa de “pulmão do mundo”, é cantiga para boi “gringo” dormir. Grandes incêndios em 2019 consumiram extensas áreas florestais do mundo – além da Austrália, tivemos grandes incêndios no Alasca e na Califórnia (Estados Unidos), no Canadá, na Sibéria (Rússia), em diversas áreas da África e na Indonésia.

Os incêndios na Sibéria, citando um único exemplo, destruíram uma área total de 100 mil km² de florestas da Taiga (fonte: Agência Florestal Federal da Rússia), o que equivale a dez vezes o que foi queimado na Floresta Amazônica (esse número não inclui a chamada Amazônia Legal). Algum desses “valentes” tem peito de encarar o Presidente russo – Vladimir Putin, e seu gigantesco arsenal nuclear?

Encerrando, deixo uma pergunta a Mr. Soros: com tantos incêndios florestais por todo o mundo, por que apenas os incêndios da Amazônia são os responsáveis pelas mudanças climáticas, pelo aquecimento global e pela destruição do “pulmão” do mundo?

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