
Uma notícia preocupante e que pode ter sérias repercussões internacionais: o jornalista inglês Dom Phillips (a esquerda na foto) e o indigenista brasileiro Bruno Araújo estão desaparecidos desde o último dia 5. Os dois foram vistos pela última vez no vale do rio Javari, no Estado do Amazonas. Essa região fica próxima da fronteira com o Peru.
O desaparecimento foi comunicado ao MPF – Ministério Público Federal, na manhã dessa segunda-feira, dia 6 de junho, pela UNIVAJA – União dos Povos do Vale do Javari e pelo OPI – Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato. De acordo com as informações, Phillips e Araújo desapareceram no percurso entre a comunidade São Rafael e o município de Atalaia do Norte.
Em nota publicada, o MPF informou que fará a intermediação das operações de busca com o objetivo de “solucionar o caso o mais rápido possível”. A Marinha do Brasil foi encarregada da investigação contando com a participação da Polícia Federal, Polícia Civil do Amazonas, Força Nacional, FUNAI – Fundação Nacional do Índio, e Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari.
De acordo com o relato de membros da UNIVAJA e do OPI, os dois viajantes haviam recebido “ameaças em campo” durante uma visita. As entidades afirmaram também que vários técnicos de suas equipes já haviam sofrido ameaças nessa região, fatos que já haviam sido comunicados oficialmente à Polícia Federal, ao MPF, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e também à entidade Indigenous Peoples Rights International.
O jornalista Dom Phillips mora em Salvador há quinze anos e trabalha como correspondente do jornal britânico The Guardian., Também faz reportagens para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times. Ele estava viajando pela Amazônia para coletar depoimentos para um livro sobre meio ambiente que está escrevendo. Segundo o relato várias organizações sociais, ele era frequentemente ameaçado por seu trabalho em defesa das populações.
O indigenista Bruno Araújo é servidor da FUNAI e já havia trabalhado como coordenador regional do órgão em Atalaia do Norte, sendo um profundo conhecedor da região. Devido ao seu trabalho, o indigenista sofria constante ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais que atuam no Vale do Javari. A FUNAI informou que o servidor estava em seu período de férias e que realiza a viagem sem qualquer caráter oficial.
Phillips e Pereira seguiram no dia 3 de junho, até um posto de vigilância indígena próximo da localidade conhecida como Lago do Jaburu, onde solicitaram autorização para visitar as comunidades e entrevistar os indígenas. Os dois deveriam regressar para Atalaia do Norte no dia 5, porém, consta que fizeram uma parada na comunidade ribeirinha São Rafael para visitar o líder comunitário conhecido como “Churrasco”.
Segundo o que já foi apurado, os dois viajantes chegaram na comunidade as 6 horas, mas o líder comunitário não se encontrava no local. Após uma rápida conversa com a esposa do líder, os dois seguiram rumo a Atalaia do Norte, um percurso que dura aproximadamente 2 duas horas. Os dois desapareceram em algum lugar desse percurso.
O desaparecimento desses dois homens ocorre num momento delicado para o Governo Brasileiro. O Presidente Jair Bolsonaro foi convidado a participar da Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, onde certamente será cobrado por ações mais amplas para a preservação da Floresta Amazônica.
O verão amazônico ou o período da seca está começando na região Norte do Brasil. Como acontece todos os anos, essa é uma época em que as queimadas na Amazônia ganham destaque em veículos de comunicação em todo o mundo. O desparecimento de um jornalista inglês que escreve sobre os nossos problemas ambientais e que que trabalha para órgãos de imprensa norte-americanos certamente vai ampliar a exposição dos problemas e, fatalmente, trará sérios constrangimentos para o mandatário brasileiro junto aos demais líderes políticos das Américas.
Todos os órgãos públicos envolvidos na investigação desse desaparecimento receberam instruções para que se dediquem ao máximo para elucidar rapidamente essa complicada questão.
O caso é difícil, mas vamos torcer por boas notícias.
[…] O DESAPARECIMENTO DE UM JORNALISTA INGLÊS E DE UM INDIGENISTA BRASILEIRO NA AMAZÔNIA […]
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[…] o primeiro momento, quando publicamos uma postagem aqui no blog falando do ocorrido, já imaginávamos que o desfecho seria trágico. Eu morei por […]
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