
A cidade do Rio de Janeiro entrou no chamado estágio de alerta as 18h15 desta sexta-feira, dia 1° de abril, devido às fortes chuvas. Em alguns bairros da cidade como o Jardim Botânico, Tijuca, Rocinha e Santa Teresa, os volumes de chuva acumulados em apenas 4 horas durante a tarde ficaram entre 70 e 90 mm.
Segundo informações da Prefeitura, o estágio de alerta é o quarto dentro de uma escala de cinco níveis. Ele é usado em ocorrências mais graves na cidade ou quando ocorrem simultaneamente problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões.
Em 31 comunidades foram acionadas as sirenes de alerta, dispositivos sonoros que indicam situação de emergência. São elas Andaraí, Arrelia, Azevedo, Lima, Babilônia, Cabritos, Cantagalo, Chácara do Céu, Chacrinha, Chapéu Mangueira, Escondidinho, Formiga, Jamelão, Liberdade, Macacos, Mangueira, Matinha, Ouro Preto, Parque Candelária, Parque Vila Isabel, Pavão-Pavãozinho, Prazeres, Rocinha, Santa Marta, Santos Rodrigues, Sapê Sítio Pai João, Sumaré, Unidos de Santa Tereza, Vidigal, Vila Elza e Vila Pereira da Silva.
Assim como acontece em outras grandes metrópoles brasileiras como São Paulo e Belo Horizonte, o Rio de Janeiro não possui uma infraestrutura de drenagem de águas pluviais adequada. As últimas notícias informam que existem mais de 70 pontos de alagamento na cidade. As 18 horas a cidade apresentava 230 km de congestionamentos – em dias normais esse índice é de 130 km.
A cidade vem sofrendo com fortes chuvas desde a noite de quarta-feira, quando diversas ruas passaram a sofrer com alagamentos. Esse problema foi agravado pela greve dos garis na cidade, o que resultou em grandes volumes de lixo acumulados nas ruas. As fortes enxurradas arrastaram os sacos de lixo, obstruindo os sistemas de drenagem.
Um dos bairros mais castigados pelas chuvas foi Guaratiba, na Zona Oeste da cidade. Segundo informações de serviços de meteorologia, o volume de chuva acumulado na região entre as 13 horas de quinta-feira, dia 31 de março, e 13 horas desta sexta-feira foi de 254,4 mm. Esse é um volume de chuvas considerado extremo.
Desde o início da manhã desta sexta-feira, a Prefeitura do Rio de Janeiro vem solicitando para que a população evite sair de casa ou que permaneça em locais seguros, um pedido que foi reforçado no início da noite. O comunicado pede que os moradores da cidade só saiam de casa por razões emergenciais e/ou essenciais visto que há previsão de mais chuvas.
Apesar dos grandes problemas enfrentados por toda a cidade, as operações nos Aeroportos Santos Dumont, na região central, e Tom Jobim, na Ilha do Governador, não foram suspensas.
A cidade de Angra dos Reis, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, também está sendo fortemente castigada pelas fortíssimas chuvas. De acordo com dados coletados pela Estação Vila Abraão do CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o volume de chuva acumulado nas últimas 24 horas foi de 534 mm, um recorde.
Na cidade, que se espreme entre o oceano e as encostas da serra, foram registrados deslizamentos de encostas e bloqueios de vias, inclusive parte da Rodovia Rio-Santos. A Defesa Civil enviou mensagens via SMS solicitando a evacuação pelos moradores de 70 dos 73 bairros da cidade.
As chuvas também estão atingindo a região de Paraty, porém com uma intensidade um pouco menor. Nas últimas 24 horas o volume de chuvas acumulado na cidade foi de 162 mm. Há notícias de quedas de árvores, pontos de alagamento, transbordamentos de rios e deslizamentos de terra em várias encostas.
Na Região Serrana as chuvas também estão causando muitas preocupações. As cidades de Petrópolis e Nova Friburgo estão em estado de atenção. Em Petrópolis, cidade que foi literalmente arrasada recentemente por fortes temporais, choveu o equivalente a 33 mm nas últimas 24 horas. Foram interditados trechos de algumas vias e, segundo a Defesa Civil, existe a necessidade de interdição de três imóveis.
Em Nova Friburgo há um clima de muita preocupação com as áreas de risco da cidade (entenda-se aqui encostas de morros). A Defesa Civil recomendou que os moradores dessas áreas busquem lugares seguros na casa de amigos, parentes ou mesmo em abrigos indicados pela Prefeitura. O órgão mantém um serviço de mensagens de alerta via SMS e pede aos moradores para ficarem atentos às mensagens.
Segundo o INMET – Instituto Nacional de Meteorologia, essas chuvas vão continuar caindo sobre áreas dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo até o próximo domingo, dia 3. Essas chuvas são o resultado do avanço de uma frente fria na região. O choque de massas quente e fria, combinado com o aumento da convergência de umidade e a topografia da região, potencializaram a formação de instabilidades, as quais resultaram nos grandes volumes acumulados de chuva.
O INMET informa também que a saturação dos solos devido ao grande acumulo de água das chuvas e o alto nível de rios e córregos nas regiões afetadas é preocupante e que todos devem ficar em alerta máxima. Destaco aqui uma atenção especial para as de encostas, que, como sabemos, apresentam naturalmente condições já críticas de segurança.
No saber popular e na música, as águas de março fecham o verão. Mas, tudo indica que a temporada das chuvas vai dar uma esticada neste ano e ainda vamos continuar enfrentando problemas por mais algum tempo.
[…] CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM ESTADO DE ALERTA APÓS TEMPORAL […]
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