
Erva-daninha é o nome popular dado a inúmeras espécies de plantas que nascem espontaneamente no meio de jardins e plantações, podendo causar grandes prejuízos econômicos ou interferindo negativamente na estética buscada. Uma das mais famosas ervas-daninhas é o joio, uma espécie que costuma nascer nas plantações de trigo e que é citada inúmeras vezes na bíblia.
Assim como costuma acontecer com a introdução de espécies animais exóticas em um meio ambiente, a introdução de plantas – de propósito ou acidentalmente, também costuma ter resultados catastróficos. Citando um exemplo brasileiro: a braquiária é uma planta forrageira de origem africana que se transformou em uma espécie invasora em importantes biomas brasileiros como o Cerrado. De acordo com alguns pesquisadores, sementes da braquiária podem ter chegado ao Brasil presas nas roupas de escravos trazidos da África durante o Período Colonial. Essas sementes brotaram em áreas litorâneas próximas dos portos de desembarque dos navios negreiros e as plantas foram sendo espalhadas por todo o país.
A história da Ambrosia artemisiifolia, uma planta chamada popularmente de ambrósia, absinto americano e absinto romano, entre muitos outros, é muito parecida com a da braquiária. A espécie é nativa da América do Norte, onde é considerada uma erva-daninha, e “chegou” na Europa em algum momento entre o final do século XIX e início do século XX. Atualmente a planta tem ampla distribuição por todo o Norte da Itália e Sudoeste da Franca, possuindo um enorme potencial para aumentar sua presença por grande parte da Europa.
Você pode estar se perguntando sobre qual a importância da invasão de territórios europeus por essa erva-daninha. A resposta é simples – as flores da Ambrosia artimisiifolia são produtoras maciças de pólen, pólen esse que desencadeia inúmeras reações alérgicas em seres humanos. Essas alergias costumam ser chamadas genericamente de “febre do feno” (o feno é uma planta forrageira muito utilizada na alimentação de animais, que produz muito pólen e causa grandes problemas de alergia – por isso sua associação com essas doenças) e se caracterizam por coceira nos olhos, espirros e respiração ofegante, entre outros sintomas. O problema é mais comum em países de clima temperado, onde as plantas se desenvolvem em massa logo após o derretimento do gelo e da neve do inverno.
Os pólens de diversas espécies de plantas possuem proteínas que irritam os olhos, o nariz e a garganta, que incham e inflamam. Não existe uma cura ou tratamento específico para essas reações alérgicas, que são tratadas caso a caso sob orientação médica. Antistamínicos ajudam a proteger contra as reações alérgicas e corticoides ajudam a reduzir os inchaços e as inflamações. Para pacientes com casos mais persistentes e severos pode ser indicada a imunoterapia, quando o paciente é exposto gradualmente a quantidades crescentes de pólen, aumentando a resistência do organismo aos efeitos alérgicos.
As plantas da Ambrosia artimisiifolia atingem um tamanho entre 50 e 80 cm de altura, possuindo folhas com pequenas saliências pontiagudas e aveludadas. As flores tem cor verde-amarelado e se agrupam na forma de pequenas espigas nas pontas dos caules. As plantas costumam emergir no final da primavera e liberam sementes e pólen no final do verão. Essas sementes e o pólen são facilmente carregadas pelos ventos, o que explica a grande dispersão das plantas nas últimas décadas e o avanço da ondas de alergia. As plantas são encontradas facilmente na beira de estradas, ferrovias, terrenos baldios e em campos agrícolas.
Como se trata de uma planta invasora exótica, a Ambrosia artimisiifolia não costuma fazer parte do cardápio de animais herbívoros e de insetos da Europa. Sem esses consumidores ou “predadores” naturais, as plantas não tem qualquer tipo de controle de suas populações e aumentam gradativamente a sua expansão territorial sem maiores problemas, o que coloca toda a sua produção de pólen em regiões cada vez mais próxima das populações. E os problemas alérgicos tenderão a aumentar cada vez mais.
De acordo com projeções feitas por especialistas, as plantas colonizarão grande parte da área continental do Norte da Europa e o Sul da Grã-Bretanha dentro de poucos anos. As mudanças climáticas já em andamento poderão aumentar as regiões propicias ao desenvolvimento das plantas, o que poderá aumentar ainda mais as ondas de alergias entre os europeus. De acordo com os cientistas, as concentrações de pólen da Ambrosia artimisiifolia na atmosfera dessas regiões poderá aumentar quatro vezes até o ano de 2050.
A pergunta cuja resposta vale uma fortuna: como conter o avanço de uma planta com essas características e com todo esse potencial “destrutivo”?
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[…] animais, existem inúmeros exemplos de plantas como a Palma-da-Guiné, o pinus e o eucalipto, a Ambrosia artemisiifolia. Em todos esses casos, espécies das respectivas faunas e floras locais foram durante […]
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[…] grandes quantidades de pólen e que é campeã em provocar crises alérgicas nas populações é a Ambrosia artimissifolia, uma erva-daninha natural da América do Norte que invadiu diversos países europeus. A Ambrosia […]
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[…] exemplo que vem a calhar é o da Ambrosia artemisiifolia, uma planta que invadiu diversos países da Europa e que vem provocando verdadeiras epidemias de […]
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