
O início oficial do verão ocorreu nesta segunda-feira, dia 21 de dezembro. A data é marcada pelo Solstício de Verão, um evento astronômico onde o hemisfério Sul está inclinado cerca de 23,5° na direção do sol. Essa inclinação chegou ao seu auge às 07h02. Extraoficialmente, já estávamos sentindo há um bom tempo o calor e as fortes chuvas de verão.
Aqui é fundamental fazer um esclarecimento – um país de dimensões continentais como o Brasil não tem um único padrão climático. A temporada de verão que falamos aqui é válida para a chamada Região Centro-Sul do país, que engloba os Estados da Região Sul, a maior parte da Região Sudeste (exceto o Norte de Minas Gerais, além de partes de Goiás e do Mato Grosso do Sul. Na maior parte do território brasileiro, o clima é dividido em apenas dois períodos – o verão, com tempo quente e seco, e o inverno, a temporada das chuvas.
Algumas amostras do que a estação reserva para Região Centro-Sul para os próximos meses:
Na madrugada do último dia 17, um forte temporal causou uma enorme destruição e deixou, ao menos, 13 mortos na região do Alto Vale do rio Itajaí, em Santa Catarina. A cidade mais fortemente atingida foi Presidente Getúlio (vide foto). O temporal também causou muitos estragos em Ibitirama e Rio do Sul.
Na tarde do dia 18, foi a vez da cidade de João Monlevade, em Minas Gerais, a ser surpreendida por uma forte tempestade de verão. As principais avenidas da cidade foram rapidamente tomadas por fortes enxurradas, que arrastaram carros, caçambas de entulho e tudo o mais que encontraram em seu caminho. Felizmente, não houve nenhuma vítima fatal.
Muito mais do que uma demonstração de força da natureza, essas enchentes são consequências de ações humanas – desmatamentos, mineração desenfreada, práticas agrícolas equivocadas, assoreamento de rios e canais, crescimento desordenado das cidades, geração e descarte incorreto de resíduos sólidos, destruição de áreas de várzeas e de matas ciliares, entre outras. Sem encontrar seus antigos espaços no meio ambiente, as águas invadem as cidades e arrastam tudo o que encontram pela frente.
É muito difícil reverter os grandes estragos que já fizemos na natureza, mas existem algumas formas de amenizar o potencial destruidor dessas chuvas de verão. Falo aqui de reflorestamento de áreas críticas, criação de espaços artificiais como os piscinões e outras áreas de contenção para o excesso de água das chuvas, limpeza e manutenção periódica de bocas de lobo e de outros sistemas de drenagem urbana, entre muitas ações preventivas.
Infelizmente, entra verão e sai verão, e as coisas continuam como estão – vivemos todos em um grande palco que está pronto para a concretização de tragédias há muito anunciadas. Ao que tudo indica, parece que nos próximos meses vamos ter de noticiar, mais uma vez, as novas tragédias que virão. Desta vez, muitas prefeituras irão afirmar que não realizaram os serviços preventivos por causa da epidemia da Covid-19 (sempre há uma desculpa).
O início do verão também costuma marcar o fim das publicações aqui no blog no ano. Com a chegada das festas de fim de ano, todos precisamos dar uma parada para descansar e pensar em todos os problemas que ficaram para trás. E nesse ano complicado de 2020, acho todos tivemos problemas em demasia.
Meus melhores desejos de ótimas festas a todos e minhas esperanças de um 2021 um pouquinho melhor do que esse trágico ano que se finda.
Abraços!

Todo cuidado será necessário 👀 Agora é tempo de encher o coração de otimismo, esperança e sonhos, é tempo de recomeçar e renovar, pois um novo ano vai começar e devemos vivê-lo e aproveitá-lo ao máximo. Desejos de um feliz Natal e um próspero Ano Novo!
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[…] sempre repetimos em nossas postagens, fortes chuvas na temporada de verão em um país com climas predominantemente equatorial e tropical como é o caso do Brasil ocorrerão […]
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