SEGUNDO A NASA, O NÍVEL DO MAR AUMENTOU 10 CM NOS ÚLTIMOS 30 ANOS 

A NASA – Administração de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, na sigla em inglês, divulgou um vídeo criado pela sua divisão Scientific Visualization Studio que mostra de forma bastante didática a situação do nível dos oceanos em escala global. 

As medições foram feitas através do Altímetro de Dados Oceânicos Integrado Multimissão para Pesquisas Climáticas, um sistema baseado em satélites de imagens. Os dados se referem ao período entre 1993 e 2022 e mostram que os oceanos sofreram um aumento de 10 cm no seu nível no período. 

As causas desse aumento no nível do mar são bem conhecidas de todos nós – o aumento das temperaturas globais, mais conhecido como aquecimento global. O aumento gradual das temperaturas está provocando o derretimento das calotas polares e de glaciares ou geleiras de montanhas, lançando milhões de litros de água nos oceanos a cada dia. 

Conforme já tratamos em inúmeras postagens aqui do blog, as principais causas do aquecimento global são as atividades humanas, especialmente as emissões de GEE – Gases de Efeito Estufa, e os desmatamentos. Causas naturais não podem ser descartadas, uma vez que existem inúmeros estudos em andamento. 

Esse aumento no nível dos oceanos pode até parecer pouca coisa, mas, os dados coletados indicam que a taxa de aumento vem crescendo ao longo dos anos, o que torna a questão extremamente preocupante. 

Em postagens já publicadas aqui no blog já mostramos alguns casos aqui no Brasil onde esse pequeno aumento no nível do oceano já está causando problemas consideráveis. Um desses casos é o da Praia da Macumba, na região do Recreio dos Bandeirantes no Sul da Cidade do Rio de Janeiro. 

Um caso muito parecido é o do calçadão da orla da cidade de Peruíbe, no litoral Sul do Estado de São Paulo. A cada ano que passa a força das ondas está aumentando e destruindo sistematicamente grandes trechos desse calçadão. Na Ponta da Praia em Santos, também no litoral paulista, o avanço da maré causa enormes enchentes na região. 

Casos mais graves são o de nações-ilha dos Oceanos Pacífico e Índico que correm o risco de desaparecer dentro de poucos anos. Um dos casos é o das Ilhas Maldivas, um arquipélago do Oceano Índico formado por 1.196 pequenas ilhas, agrupadas em 26 atóis. A população total das ilhas é de 330 mil habitantes, que vivem basicamente da pesca e do turismo. 

O ponto mais alto da Ilhas Maldivas fica a exatos 2,3 metros acima do nível do mar – aliás, a altitude média do território é de 1,5 metros. A maior parte da população vive em áreas com altitude de 1 metro acima do nível do mar. A capital do país, Malé, onde vivem 100 mil pessoas fica a desesperadores 0,9 metros em relação ao nível do mar! 

Outro caso crítico é o de Kiribati, um arquipélago localizado próximo da linha do Equador no centro do Oceano Pacífico. É composto por 33 ilhas e possui uma área total de 811 km², o que corresponde a duas vezes o tamanho da cidade de Curitiba. Apenas 20 das ilhas são habitadas, abrigando uma população de mais de 110 mil habitantes.  

As ilhas que formam o arquipélago de Kiribati são na sua maioria atóis, formações que surgiram a partir de recifes de coral. Esse tipo de relevo é caracterizado por baixas altitudes em relação ao nível do mar – normalmente, essas altitudes variam entre 1 e 3 metros, por isso a extrema fragilidade das ilhas diante do aumento do nível das águas do oceano.   

Clique neste link para assistir à animação da NASA. 

Além desses casos, existem inúmeras áreas continentais de baixíssimas altitudes, onde o aumento do nível do oceano poderá ser catastrófico. Um desses casos é Bangladesh, país do Sul da Ásia que tem grande parte do seu território ocupado pela Delta do rio Ganges. Nessas áreas a altitude média é apenas 5 metros acima do nível do mar. 

Bangladesh é um dos países mais pobres do mundo e possui uma população de mais de 170 milhões de habitantes, vivendo em um território do tamanho do Estado do Ceará. Imaginem os impactos econômicos e sociais do avanço do mar nessa região… 

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