O AUMENTO RECORDE DAS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA 

Estudo publicado pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, mostrou que o número de focos de queimadas no bioma Amazônia aumentou 154% entre os meses de janeiro e abril de 2024 quando comparados ao mesmo período de 2023. 

Esse estudo vem corroborar uma série de outros dados divulgados pelos meios de comunicação que já vinham sinalizando um aumento substancial das queimadas na Floresta Amazônica. Também reforçam a percepção de que os discursos políticos não estão ajudando a resolver o problema. 

Sempre que essa pauta volta a ser comentada aqui nas postagens do blog, é impossível não recordarmos o que ocorreu em 19 de agosto de 2019, dia em que uma “chuva negra”, caiu sobre as ruas da cidade de São Paulo. Essa chuva, que na realidade tinha uma cor mais para o chá mate, sofreu uma forte contaminação por grandes volumes de fuligem de queimadas que destruíam grandes extensões de floresta na Floresta Amazônica naquele momento. 

As notícias rapidamente correram o mundo e reações de líderes políticos, artistas e famosos de todo o mundo, além de “ambientalistas” dos mais diferentes naipes, foram instantâneas. Sem nos alongarmos muito, sempre costumo relembrar os nomes de Emmanuel Macron, Presidente da França, Greta Thunberg, aquela estranha garota sueca, e do ator norte-americano Leonardo de Caprio

Entre fotos estranhas (o craque portugues Cristiano Ronaldo divulgou fotos de uma grande queimada nos Pampas Gaúchos como se fossem da Amazônia) e uma enxurrada de informações erradas (lembro aqui das girafas da Amazônia). Todos falavam da iminente destruição da floresta e exigiam esforços internacionais para a preservação da Amazônia.  

Por conta da enorme repercussão negativa que a questão ganhou em todo o mundo naquele momento, nós publicamos uma grande série de postagens sobre a história e as questões ambientais na Amazônia. O objetivo era justamente mostrar que as coisas eram bem mais complexas do que as “lacrações” publicadas por todo esse pessoal. Essas postagens foram depois agrupadas no formato de um livro – A Nossa Amazônia

Sendo um pouco repetitivo, eu não costumo misturar problemas ambientais com questões políticas aqui nas postagens, mas, estranhamente, esses protestos ocorreram pouco tempo depois de um candidato de “extrema-direita” ter assumido a Presidência do país. O então Presidente passou a ser responsabilizado diretamente por cada foco de incêndio que surgia no meio da mata. 

Essa questão acabou sendo fortemente politizada ao longo dos últimos anos e se transformou numa das principais bandeiras de partidos de esquerda na vitoriosa campanha presidencial de 2022. Na posse, em janeiro de 2023, o novo Presidente assumiu uma série de compromissos com o objetivo de reduzir as queimadas na Amazônia. 

Desgraçadamente, as coisas parecem ter desandado de vez depois disso. 

Fugindo das questões relativas às disputas políticas internas aqui do país, meu estranhamento é com o silêncio dos defensores de outrora da Amazônia – onde eles estão? 

Cito um exemplo: há poucas semanas, o próprio Emmanuel Macron esteve aqui no Brasil – inclusive esteve no Estado do Pará e viajou de barco por um dos rios da região em companhia do Presidente brasileiro. Eu não me recordo de nenhuma entrevista de Macron falando de maneira contundente sobre o aumento do número de queimadas na região. 

Também não tenho notícias de Greta Thunberg há um bom tempo. Leonardo di Caprio parece estar envolvido em um importante projeto que visa salvar as vaquitas do Mar de Cortez da iminente extinção – o que é louvável. Entretanto, também não me recordo de nenhuma declaração do “bom moço” sobre o aumento das queimadas na Floresta Amazônica. 

As questões relativas às queimadas da Amazônia são muito mais complicadas e complexas do que tentam mostrar os discursos acalorados de muitos políticos. E para resolvê-las precisaremos de menos palanques e de muito mais trabalho e suor. 

Em tempo: precisamos sempre lembrar que a Amazônia não é apenas um paraíso da vida selvagem (incluindo aqui as “girafas”) e das águas – cerca de 25 milhões de brasileiros vivem dentro dos limites nacionais do bioma. Todas essas pessoas também precisam ter sua importância assegurada dentro dessa questão. 

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