TEMPESTADE DEIXOU 2,5 MILHÕES DE PAULISTANOS ÀS ESCURAS 

Na última sexta-feira, dia 3 de novembro, a Região Metropolitana de São Paulo foi castigada com uma fortíssima tempestade de verão. Além da intensa chuva, essa tempestade foi acompanhada de fortíssimos ventos. Centenas de árvores caíram por todos os cantos, afetando o fornecimento de energia elétrica e bloqueando ruas e avenidas – um pacote completo de transtornos. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, foram registrados mais de 1.280 atendimentos de chamadas relatando a queda de árvores na Região Metropolitana até a meia-noite do dia 3. Também foram notificados 46 casos de desabamentos e dois incidentes de enchentes. Cerca de 2,5 milhões de pessoas ficaram sem o fornecimento de energia elétrica. 

Uma dessas árvores, inclusive, caiu literalmente sobre a minha cabeça. Quando a chuva começou, eu e o pessoal da obra que estou coordenando nos abrigamos sob o telhado da churrasqueira do imóvel. Poucos minutos depois sentimos o estrondo de uma árvore caindo sobre as telhas – a foto que ilustra esta postagem mostra justamente esse incidente. Felizmente, foi só um enorme susto e os danos na estrutura foram mínimos.  

De acordo com informações da Enel, distribuidora de energia elétrica que atende grande parte dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo, cerca de 1 milhão de imóveis tiveram o fornecimento restabelecido até o início da manhã desse domingo, dia 5 de novembro. Segundo a empresa, a normalização total do fornecimento só será completada até a próxima terça-feira, dia 7. 

E foram justamente as quedas de árvores a principal causadora de tantos transtornos. A maior parte da rede elétrica na Região Metropolitana é do tipo aérea, onde a fiação é sustentada por postes. Com a queda das árvores, essa fiação é derrubada. Além de todo o trabalho para cortar e remover as árvores, é preciso reinstalar postes e refazer as ligações elétricas. 

Infelizmente, os incidentes com as árvores causaram tragédias maiores que a falta de energia elétrica. No bairro de Pinheiros, que fica na Zona Oeste da cidade de São Paulo, um carro com 5 passageiros foi atingido por uma dessas árvores e 2 desses passageiros morreram. No total, o temporal deixou 7 mortos no Estado de São Paulo. 

De acordo com o CGE – Centro de Gerenciamento de Emergências, da Prefeitura de São Paulo, a tempestade foi acompanhada de ventos com velocidades superiores a 100 km/hora, os mais fortes registrados desde 1995 na cidade. 

Conforme tratamos com bastante frequência nas postagens aqui do blog, as cidades brasileiras não estão preparadas para a temporada das chuvas. São Paulo, a maior cidade do país, é um dos casos mais visíveis dessa falta de infraestrutura – e esse é um problema multissecular na cidade. 

Além dos problemas criados pelas enchentes, alagamentos e desmoronamento de encostas, os fortes ventos que acompanham essas chuvas estão ficando cada vez mais fortes, o que vem aumentando o tamanho dos estragos. 

A arborização é importantíssima em uma cidade grande como São Paulo. As árvores ajudam a amenizar o calor concentrado nas grandes estruturas de concreto e no asfalto das vias. As plantas também ajudam a melhorar a qualidade do ar. 

Essas árvores precisam de podas frequentes e cuidados especiais contra insetos e outras pragas que afetam a saúde das plantas, cuidados que deixam muito a desejar. Outro problema comum por aqui foi o plantio de espécies inadequadas e com sistemas de raízes grandes demais para as nossas calçadas. 

Na temporada das chuvas esses problemas pipocam por todos os lados. Esse último temporal deixou isso bem claro para todos nós. 

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