AS FORTES CHUVAS NO RIO GRANDE DO SUL, OU O EL NIÑO MOSTRANDO AS SUAS GARRAS 

Essa semana foi bastante complicada para os habitantes de extensas áreas do Rio Grande do Sul. A passagem de um ciclone extratropical provocou fortíssimas chuvas, ventos e queda de granizo, o que gerou inúmeros problemas. De acordo com informações do Governo do Estado, cidades como Passo Fundo, Água Santa, Ijuí e Vacaria receberam volumes de chuva da ordem de 200 mm em 72 horas – isso é muita chuva! 

No caso recente do Rio Grande do Sul, onde as chuvas estão associadas a um fenômeno climático de amplitude muito maior – um ciclone extratropical, as consequências das chuvas são ainda mais devastadoras como todos estamos testemunhando. 

Conforme já tratamos em postagens anteriores, os meteorologistas confirmaram a chegada de um forte El Niño no último mês de junho. Esse é um fenômeno climático que surge em função do aquecimento anormal de uma extensa faixa de águas na faixa equatorial do Oceano Pacífico e tem efeitos no clima de todo o mundo. 

Em média, as águas nessa faixa do oceano ficam 0,5º C mais quentes por um período entre seis meses e dois anos durante a duração do fenômeno. Apesar de parecer pouca coisa, esse aumento das temperaturas nas águas de uma faixa no Oceano Pacífico tem repercussões em todo o mundo. 

Em 2015, esse fenômeno prejudicou lavouras de cacau, chá e café em toda a Ásia e África. Também provocou uma forte seca no Sudeste Asiático, favorecendo o surgimento de vários incêndios florestais. Naquele ano também se observou o inverno mais quente já registrado nos Estados Unidos. 

Aqui na América do Sul, o surgimento do El Niño pode resultar em períodos de seca na região Centro-Norte e de maior umidade na região Sul, Na Argentina, o fenômeno tende a provocar chuvas mais intensas.  

E, preparem-se – segundo as previsões dos especialistas, esse El Niño será particularmente mais intenso que a média. 

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