
Uma postagem rápida:
Fortes chuvas estão castigando toda a faixa Leste da Região Nordeste do Brasil. Falamos disso na última postagem, onde mostramos que o fenômeno responsável por essa situação é o Distúrbio Ondulatório de Leste.
Ontem, dia 04 de julho, seis municípios do Rio Grande do Norte decretaram situação de calamidade pública. A maioria desses municípios fica na Região Metropolitana de Natal: Natal, Parnamirim, Ceará Mirim, Extremoz e São Gonçalo do Amarante. Também entra nessa lista Touros, um município litorâneo que fica a 85 km ao Norte de Natal.
Todos esses municípios estão recebendo volumes de chuvas muito acima da média nos últimos dias. Esse é o caso de Parnamirim que registrou um volume acumulado de 281 mm em um espaço de poucas horas do último domingo, dia 3 de julho (vide foto). Esse volume é maior do que a previsão para todo o mês de julho.
De acordo com um levantamento feito pela EMPAM – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, o volume de chuvas médio na faixa Leste do Estado chegou a 245 mm no acumulado entre o sábado e o domingo.
Além de Parnamirim, destacam-se as chuvas em Natal, com 191,7 mm, Arez, com 188 mm, Nísia Floresta, com 180 mm e Vila Flor com 175 mm. Municípios como Touros, Maxaranguape, Porto Velho, Passagem, Jundiá, Brejinho e Ielmo Marinho, registraram chuvas com volumes superiores a 100 mm no mesmo período.
O INMET – Instituto Nacional de Meteorologia já vinha emitindo alertas de chuvas fortes nos últimos dias. Um dos últimos alertas, válido até as 11 horas da última segunda-feira, colocou 114 cidades do Rio Grande do Norte em alerta vermelho para chuvas, onde o grau de severidade é de “grande perigo”.
Nesse estágio, os volumes acumulados de chuva ficam entre 60 e 100 mm ao dia, volumes considerados bastante altos. Esse volume de chuvas tem grande potencial para provocar desmoronamentos de encostas, alagamentos e transbordamentos de rios, especialmente nas áreas consideradas de alto risco.
As cidades brasileiras, conforme já tratamos em inúmeras outras postagens, não estão preparadas para resistir a volumes tão grandes de chuvas em espaços de tempo tão curtos. A enorme quantidade de notícias sobre grandes tragédias provocadas pelas chuvas é só mais um dos sintomas dessas grandes deficiências em infraestrutura de controle de águas pluviais em nossas cidades. E, como sempre, é a população mais pobre quem mais sofre com as enchentes e os grandes alagamentos.
Há notícias de muitos alagamentos de casas e perdas de bens materiais, mas, felizmente, não há notícias de vítimas fatais por causa das fortes chuvas no Rio Grande do Norte. Dos males, os menores.
As chuvas mais fortes ainda devem prosseguir na faixa litorânea do Estado, mas as previsões falam de uma diminuição da intensidade no interior do Rio Grande do Norte. Isso não é muito, mas já representa um alívio na vida de muita gente.