DIA 5 DE JUNHO – DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE 

Como imagino ser do conhecimento de todos, o Rio Grande do Sul ainda continua sofrendo com os estragos causados por fortes chuvas que caíram sobre grande parte do Estado durante o mês de maio. Rio assoreados, falta de sistemas para contenção dos excessos de águas pluviais, descaso de Governos na realização de obras de infraestrutura, entre inúmeras outras razões, contribuíram, e muito, para o potencial catastrófico de chuvas acima da média no período. 

Apesar da chiadeira de muita gente que associou esses eventos às mudanças climáticas globais, uma catástrofe semelhante castigou o Estado em 1941, causando grandes estragos principalmente na cidade de Porto Alegre. Enchentes intensas também foram registradas no Estado em 1873, 1928 e em 1936. 

Falar sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente em meio a essa situação é um tanto complicado. Também não podemos nos esquecer do grande número de queimadas que estão “pipocando” em áreas da Amazônia e do Cerrado, enquanto equipes de fiscalização do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, estão em greve parcial. 

Apesar de tudo isso, existem muitos motivos de orgulho para todos nós brasileiros, taxados que somos de grandes devastadores e queimadores de florestas. O trecho brasileiro da Floresta Amazônica, citando um exemplo, ainda apresenta 85% de sua área original perfeitamente preservada. 

Para efeito de comparação, 99,7% das florestas primárias da Europa Ocidental já foram destruídas. As áreas florestais que muitos países da região costumam apresentar com orgulho são fruto de programas de reflorestamento bem recentes. Na França, do “combativo” defensor do meio ambiente Emmanuel Macron, a cobertura florestal (considerando bosques, florestas nacionais, praças e pequenos fragmentos florestais) é de apenas 30%.   

Outro ponto a nosso favor são as áreas de preservação, onde se incluem as Terras Indígenas e áreas de conservação como Parques e Florestas Nacionais. Somando-se tudo, essas áreas correspondem a 24,2% do território brasileiro ou algo equivalente a 2 milhões de km². 

Também não posso deixar de falar da nossa agricultura que, apesar das caras feias de muitos países concorrentes, é uma das mais eficientes do mundo. Citando um exemplo: de acordo com dados da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, a área ocupada pela produção de grãos no país aumentou 110% entre 1978 e 2024; entretanto, a produção das culturas aumentou 5,8 vezes no mesmo período. 

Segundo estudos de 2016, da EMBRAPA Territorial, apenas 7,6% do território do país é ocupado por lavouras. Em grandes países como a China e os Estados Unidos, essas porcentagens são, respectivamente, 17,7% e 18,8%. Em países da Europa Ocidental os percentuais são bem maiores: na Alemanha – 56,9%, Reino Unido – 63,9%, Países Baixos – 74,7% e Irlanda – 76,8%. 

O Brasil também não faz feio quando se trata de produção de energia elétrica. Cerca de 90% de toda a produção brasileira vem de fontes renováveis como a hidrelétrica (que responde por cerca de 70% de toda a geração no país), eólica, solar e queima de bagaço da cana-de-açúcar.  

Falando em cana-de-açúcar, não podemos esquecer do nosso bom e velho etanol, também conhecido como álcool, um combustível renovável e bem menos poluente que os derivados de petróleo. Milhões de automóveis e veículos de todos os tipos rodam pelas ruas e estradas do país usando esse combustível sustentável. 

Apesar de existirem problemas ambientais de todos os tipos e em todos os cantos do país, os brasileiros podem se orgulhar do nosso “jeitinho” de fazer as coisas por aqui. E, mesmo com todas as críticas que recebemos diariamente das “grandes potencias ecológicas mundiais”, nós temos um bocado de coisas a ensinar para os gringos na área ambiental.