CERBERUS E CHARON – AS ONDAS DE CALOR QUE ESTÃO ASSOLANDO A EUROPA  

Na nossa última postagem falamos da inacreditável temperatura de 52,2º C que foi atingida na cidade de Sanbao, na região de Xiangjiang, no Oeste da China, há poucos dias atrás. Entretanto, o calor bem acima da média está assolando outras regiões do Hemisfério Norte – a Europa é desses lugares. 

Na Semana passada, partes do Sul da Europa como a Grécia, Itália e Espanha foram atingidas por uma onda de calor que recebeu o nome de Cerberus. Na mitologia grega, Cerberus ou Cérbero era um cão monstruoso de 3 cabeças que guardava os portais do inferno – um nome bem apropriado. 

Segundo a Agência Espacial Europeia, uma nova onda de calor está chegando e foi batizada de Charon por meteorologistas italianos. Esse nome também faz referência à mitologia grega – Charon ou Caronte era o barqueiro de Hades, o deus do mundo dos mortos, responsável pelo transporte das almas para o submundo. 

Até o momento, a Itália é o país mais fortemente atingido, com muitas cidades enfrentando temperaturas superiores aos 40º C. As autoridades dos países mais afetados pelas ondas de calor estão se preparando para os inevitáveis incêndios florestais e preparando as unidades de saúde para o atendimento das populações. 

A cientista climática e professorada Universidade Reading da Inglaterra – Hannah Cloke, utilizou a metáfora de um forno gigante para falar sobre o calor na região do Mar Mediterrâneo: 

A bolha de ar quente que se inflou no sul da Europa transformou a Itália e os países vizinhos em um gigantesco forno de pizza”. 

Segundo a cientista, esse ar quente veio do Deserto do Saara, no Norte da África e está parado sobre o Mar Mediterrâneo, com condições de alta pressão estabelecidas. Isso faz com que o calor no mar, em terra e no ar continuem aumentando. 

Segundo Simon Lewis, presidente de ciência da mudança global na University College London, “este é apenas o começo”. Segundo ele, as temperaturas globais já subiram 2,7º C em relação aos níveis da era pré-industrial, principalmente devido a queima de combustíveis fósseis como o carvão e os derivados de petróleo. 

De um modo geral, os cientistas acreditam que ondas de calor como essas que estão assolando a Europa se tornarão mais frequentes e intensas. Entretanto, ao contrário da opinião do professor Lewis, a maioria dos cientistas acredita que as temperaturas subiram “apenas” 1,2º C em relação aos níveis da era pré-industrial. 

Polêmicas à parte, existe um relativo consenso entre a comunidade científica sobre as possibilidades de se conter o avanço das temperaturas. Isso incluiria uma redução drástica das emissões de carbono e de gases de efeito estufa pelos países, uma medida que até momento se mostrou bastante difícil de ser alcançada. 

Só para lembrar, o último mês de junho foi o mais quente já registrado em nosso planeta de acordo com dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia. As temperaturas oceânicas bateram recordes em diversas regiões – especialmente no Atlântico Norte, e o volume de gelo nos mares ao redor da Antártida atingiram os mais baixos níveis da história. 

Literalmente, os europeus estão vivendo dias de “calor infernal”. 

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