DESCOBERTA: LAGARTA DE MARIPOSA PODE DEGRADAR E COMER PLÁSTICOS 

Mudanças climáticas estão acontecendo por todos os cantos do mundo e podem ser percebidas, em maior ou menor grau, por cidadãos comuns. 

Cito como exemplo minha cidade – São Paulo. Até o final da década de 1970, as tardes paulistanas testemunhavam a garoa, uma chuva com finíssimas gotas de água. Esse singular fenômeno climático não só foi desaparecendo gradualmente como as temperaturas médias na cidade foram aumentando. 

Esse tipo de mudança no clima vem ocorrendo naturalmente ao longo dos mais de 4 bilhões de anos da história do nosso planeta. Agora, existem sérias dúvidas sobre a participação ou culpa das atividades humanas nas atuais mudanças climáticas. 

Os problemas mudam de perspectiva quando Governos passam a acreditar que podem tomar medidas para conter ou reverter as mudanças climáticas. Criam legislações, programas políticos, fundos de investimentos verdes, entre inúmeras outras ações, sempre com resultados questionáveis. 

Pessoalmente, não acredito na eficácia de ações governamentais no combate às “ditas” mudanças climáticas e defendo que a ciência é quem poderá fornecer resultados comprovadamente assertivos. Vejam esse exemplo: 

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, demonstrou que as lagartas da mariposa Galleria mellonella, também chamada de traça-da-cera ou traça-da-colmeia, podem se alimentar de plásticos – especialmente o polietileno, um dos tipos mais produzidos no mundo. 

A poluição de solos e águas – principalmente dos oceanos, por resíduos de plásticos é um dos maiores problemas ambientais dos nossos tempos. A produção anual de sacolinhas plásticas de polietileno do tipo usado por lojas e supermercados, somente para citar um exemplo, é calculada em 1 trilhão de unidades. Grande parte desse volume acaba sendo descartado de forma inadequada no meio ambiente.

Experimentos conduzidos durante a pesquisa mostraram que essas lagartas podem quebrar as ligações químicas do plástico durante o processo digestivo. Esse processo é semelhante ao realizado por essas lagartas ao comerem a cera das colmeias de abelhas, um dos seus alimentos prediletos. 

De acordo com as observações dos pesquisadores, a saliva das lagartas possui enzimas que podem oxidar o plástico, introduzindo moléculas de oxigênio nas ligações das cadeias do material e quebrando-as em moléculas menores. 

Também existem evidências da presença de uma flora bacteriana especial no intestino das larvas que, em conjunto com as enzimas da saliva, desempenha um importante papel na digestão do plástico. Pesquisas para desvendar esse complexo mecanismo prosseguem e poderão levar a importantes descobertas de novas tecnologias para a degradação de resíduos plásticos. 

Um detalhe importante desse mecanismo biológico – lagartas “engordadas” a partir do consumo de plásticos podem ser usadas para alimentar peixes criados em cativeiro, sem qualquer prejuízo para a saúde dos animais. O potencial econômico criado por essa particularidade poderá incentivar o surgimento de “fazendas” de criação de lagartas comedoras de plástico e de produção de peixes em cativeiro. 

Quando a ciência e o lucro financeiro dão as mãos, as chances de sucesso da iniciativa crescem exponencialmente. Já as iniciativas governamentais, por mais bem intencionadas que sejam, raramente podem garantir sucesso financeiro, desestimulando as iniciativas. 

Torçamos pela ciência e que outras soluções desse tipo sejam descobertas!