ALTAS TEMPERATURAS NO OCEANO ATLÂNTICO AMEAÇAM CORAIS NO SUL DA FLÓRIDA

Existem mais de 6 mil espécies de corais marinhos, sendo encontrados em mares tropicais e subtropicais. No Sul da Flórida, a temperatura das águas oscila entre os 21º e 28,8º C – entretanto, nos últimos dias, as temperaturas na região estão ultrapassando a marca dos 32º C. 

Nessas condições ambientais, os corais expulsam as zooxantelas, um tipo de alga que vive nos seus tecidos e que proporciona alimentação e energia, além de determinar a coloração dos corais. Esse fenômeno causa o branqueamento dos corais e é um sinal claro que existe risco para a sua sobrevivência. 

Essa formação tem aproximadamente 2 mil km, se estendendo entre o Leste da Austrália e a ilha de Papua-Nova Guiné. Com uma largura que varia de 30 a 740 km, a formação possui o maior agrupamento de corais do mundo – cerca de 400 espécies, distribuídas em cerca de 2.900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral. Cerca de 1.500 espécies de peixes, 4 mil variedades de moluscos, entre outras inúmeras espécies marinhas vivem nesse habitat 

Desde a década de 1990, as formações de coral vêm sofrendo um processo de branqueamento, uma anomalia provocada pela perda de pigmentos e de algas associadas aos tecidos dos corais. As razões apontadas como as causadoras desse branqueamento são o aquecimento anormal das águas do oceano e a poluição marítima. Estudos realizados em 2016 pela Universidade James Cook da Austrália, indicaram que cerca de um terço dos corais estavam mortos ou morrendo, colocando a Grande Barreira de Coral na lista dos ecossistemas em maior risco no mundo. 

No Sul da Flórida, a questão criou uma enorme mobilização envolvendo autoridades públicas, especialistas em vida marinha e organizações ambientalistas, que estão travando uma verdadeira corrida contra o tempo para salvar as espécies de corais da região. 

Essas equipes instalaram viveiros especiais no mar que permitem a captura de amostras de pólipos dos diferentes tipos de corais, que serão levadas para tanques especiais de água salgada com temperatura controlada. No futuro, esses corais serão reintroduzidos em áreas oceânicas com condições ambientais compatíveis com sua morfologia. 

Infelizmente, não são todos os países que têm as mesmas condições financeiras, humanas e tecnológicas dos Estados Unidos, e que podem se dar ao luxo de tamanha mobilização em prol dos corais. Inúmeras espécies estão sofrendo as mesmas agressões devido ao aquecimento das águas dos oceanos sem que esforços semelhantes para sua sobrevivência sejam feitos. 

Vislumbramos cada vez mais um futuro de mares com águas cada vez quentes e com uma biodiversidade cada vez menor… 

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