VENDAS DE APARELHOS DE AR-CONDICIONADO E DE VENTILADORES DISPARAM NA INGLATERRA 

A rede varejista Sainsbury’s, a segunda maior da Inglaterra, divulgou dados de suas vendas que são bastante esclarecedores em relação as ondas de calor que vem assolando a Europa nas últimas semanas.

De acordo com a empresa, as vendas de aparelhos de ar-condicionado aumentaram 1.400% na semana passada. As vendas de ventiladores, que são mais baratos e acessíveis para a maior parte da população, cresceram 1.876% na mesma semana. 

Esses dados complementam um outro – desde o ano 2000, as vendas de sistemas de ar-condicionado vêm crescendo a um ritmo de 4% ao ano na Europa. Aqui no Brasil, país de clima bem mais quente que a Europa, esses fenômenos costumam ser registrados em períodos em que a situação econômica das famílias melhora. 

Na Europa, continente onde as famílias têm um rendimento bem mais alto que o nosso, dinheiro nunca foi um empecilho para a compra desse tipo de aparelho – as famílias, simplesmente, não precisavam de sistemas de ar-condicionado. De alguns anos para cá, ter um aparelho desses em casa virou uma necessidade básica. 

Até algumas décadas atrás, ter uma lareira ou algum outro sistema de calefação era praticamente obrigatório em todo o continente europeu. Vivendo em um clima temperado, as populações necessitavam desses sistemas de aquecimento para enfrentar o rigor dos invernos. Em muitas regiões do Sul da Europa, esses sistemas já não são tão essenciais quanto antes. 

São as mudanças climáticas mostrando as “suas garras”. 

Eu sempre costumo comentar sobre as mudanças que venho observando no clima da minha cidade ao longo da minha vida. Quando eu era garoto lá nas longínquas décadas de 1960 e 1970, São Paulo ainda era bastante fria. Nos tempos de infância dos meus pais era mais fria ainda. 

Sempre que viajamos para visitar familiares no Rio de Janeiro, eu ficava impressionado com a quantidade de aparelhos de ar-condicionado nas casas e nos apartamentos, algo que em São Paulo não era tão comum ou necessário na época. 

Atualmente, quando temperaturas chegam próximas dos 40º C frequentemente nos verões da cidade, a ideia de ter um aparelho de ar-condicionado nas casas paulistanas passou a ser uma necessidade. 

É algo desse tipo que está se passando nos países europeus, onde o clima está mudando de forma extremamente acelerada. Primeiro, a necessidade de ter em casa sistemas de ventilação ou de refrigeração de ar. Dentro em breve, a própria arquitetura das residências vai precisar mudar, se adaptando para períodos mais longos de calor intenso. 

Uma dica para os “gringos” – já que falam tanto da Amazônia, seria bom passar a observar a arquitetura das casas da região, que contam com amplas varandas nas laterais para amenizar um pouco o calor escaldante da região. Esse tipo de construção é bem mais fresco que as casas de pedra, comuns em muitos lugares do velho continente. 

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