CALOR DO VERÃO 2022, MATOU 61 MIL PESSOAS NA EUROPA

Postagens tratando dos problemas decorrentes das mudanças climáticas se tornaram frequentes aqui no blog. Isso se deve à grande quantidade de notícias e estudos sobre essa questão que inundam os sites de notícias. 

Normalmente, essas postagens são cheias de expressões que falam sobre possibilidades. Um exemplo foi uma postagem publicada há dois dias atrás, onde o título era “Caatinga poderá sofrer impactos em 99% de sua vegetação até 2060, por causa das mudanças climáticas”. 

Fugindo da futurologia, gostaria de destacar um estudo que foi publicado ontem pela revista científica Nature Medicine: 61.672 pessoas morreram de calor na Europa durante o verão de 2022 no Hemisfério Norte. Os dados analisados correspondem ao período entre 30 de maio e 4 de setembro de 2022. Tudo preto no branco. 

Exemplos do que foi esse verão estão documentados em inúmeras postagens aqui do blog

No dia 22 de junho de 2022, falamos de uma forte onda de calor que estava assolando diversas regiões do continente no segundo dia do verão. Um símbolo de todo esse calor foi o que se viu no Aeroporto de Heathrow, em Londres, onde os termômetros marcaram 40,2º C dia 19 de julho.

Essa onda de calor foi acompanhada por inúmeros incêndios florestais em países como Portugal, Espanha, França e também na Croácia.  Um dos mais graves atingiu o Sudoeste da França. As equipes precisaram ser apoiadas por aviões que fazem o lançamento de água sobre o fogo. Além do forte calor, a região apresentava fortes ventos, o que realimenta constantemente o fogo.  

Em Gironde, departamento que fica no Sudoeste do país, mais de 750 hectares de matas foram destruídos pelo fogo. Mais de 11 mil pessoas foram retiradas de suas casas pelas autoridades locais. Esses incêndios demoraram para ser controlados. 

O calor escaldante também provocou uma fortíssima seca em inúmeras regiões da Europa. De acordo com dados do EDO – Observatório Europeu da Seca, em um comunicado divulgado em agosto de 2022, quase metade do território da União Europeia estava sofrendo com a falta de chuvas. 

De acordo com um relatório do órgão, até 10 de agosto, 47% da UE estavam em risco de seca, com 17% da área em estado de alerta, com prejuízos para a vegetação e as colheitas. Em julho, o índice já era de 46%. 

Até alguns anos atrás, temperaturas tão altas e secas prolongadas eram comuns apenas em países localizados em regiões tropicais, áridas e semiáridas. Na Europa, esses eventos eram raros. De alguns anos para cá, entretanto, esses problemas estão se tornando cada vez mais comuns – as mortes associadas a altas temperaturas também. 

Vamos acompanhar as informações do verão 2023, na Europa e torcer para que o número de mortes não aumente ainda mais. 

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