DESMATAMENTOS NA AMAZÔNIA CRESCEM 18% NO ANO DA COP 30 EM BELÉM

Como deve ser do conhecimento da maioria dos leitores, o Brasil vai sediar a COP 30 – 30ª Conferência da ONU sobre as mudanças climáticas. O evento está agendado para o próximo mês de novembro na cidade de Belém do Pará. 

Além de um sem-número controvérsias como a derrubada de um trecho da Floresta Amazônica para a construção de uma avenida, o “plantio” de árvores artificiais e gastos multimilionários em obras, uma sombra escura está causando arrepios nos organizadores – os desmatamentos e as queimadas não param de crescer na Amazônia. 

De acordo com dados do SAD – Sistema de Alerta de Desmatamentos, as áreas de desmatamentos na Amazônia Legal cresceram 18% nos primeiros oito meses do “calendário do desmatamento” da Amazônia. Esse calendário é determinado pela estação chuvosa no bioma, que se estende entre os meses de novembro a maio. Os desmatamentos aumentam na estação seca que vai de junho a outubro, época em que é mais fácil fazer as queimadas e extrair as madeiras. 

Imagens de satélite captadas pelo IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, mostram que a área desmatou passou de 1,94 mil km² entre agosto de 2023 e março de 2024, para 2,29 mil km² entre agosto de 2024 e março de 2025. Essa área é equivalente ao território ocupado pela cidade de Palmas, capital do Estado do Tocantins. 

A Amazônia Legal é um conceito geográfico que foi criado no final da década de 1950 e que costuma causar alguma confusão. Além de incluir a totalidade da região coberta pela Floresta Amazônica, a Amazônia Legal inclui a totalidade do Estado do Mato Grosso e do Tocantins, além de parte do Maranhão, o que corresponde a uma área total de mais de 5,2 milhões de km², equivalente a 61% do território do Brasil. 

Esse aumento na área desmatada na Amazônia, que por si só já causa um enorme constrangimento para o país anfitrião da COP 30, podem ficar ainda mais dramáticos quando analisados de uma forma mais ampla. 

Se for usado o calendário de desmatamento acumulado entre os meses de agosto a março, a degradação florestal cresceu 329%, passando de 7,92 mil km² entre agosto de 2023 e março de 2024, para 34,01 mil km² no período entre agosto de 2024 e março de 2025. Esses números desastrosos vão impedir que muitos vistam a fantasia de “grandes salvadores da Amazônia”. 

Conforme tratamos com grande frequência nas postagens aqui do blog, a proteção da Floresta Amazônica, o segundo maior sistema florestal do planeta, é fundamental para a manutenção e estabilidade do clima e das chuvas tanto no Brasil quanto em parte importante do mundo. Qualquer esforço para coibir a derrubada de árvores e as queimadas são sempre bem-vindos. 

O que quase nunca é lembrado é que cerca de 25 milhões de brasileiros vivem dentro da região coberta pela floresta, pessoas essas que precisam trabalhar e produzir alguma coisa para sobreviver. Para muitas dessas pessoas, derrubar árvores para vender a madeira ou queimar trechos da mata para plantar ou criar gado é uma das poucas formas de se ganhar o pão na região. 

Esse problema, que já é sério, fica ainda maior em tempos de problemas econômicos no país. Antes de criticar esses “destruidores” da Amazônia, grupo formada em sua grande maioria por gente pobre, é preciso implementar programas de desenvolvimento sustentável, onde essa população consiga produzir sem ameaçar a Amazônia. Siga esse link para conferir uma série de postagens aqui do blog com a demonstração de inúmeras atividades econômicas sustentáveis para o bioma. 

Pelo andar da carruagem, a COP 30 vai apresentar uma série de discursos inflamados e vazios de ecologistas, políticos e famosos, todos intrépidos defensores do meio ambiente. Soluções práticas e objetivas para os problemas que assolam a Amazônia e outros ecossistemas do mundo, bom, isso vai ficar para a COP 31… 

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