
Hoje é um dia de festa par dezenas de milhões de torcedores: o São Paulo Futebol Clube ganhou, finalmente, a Copa do Brasil. E como sempre acontece nessas ocasiões, os torcedores estão comemorando com muita festa e cerveja…
Nesse dia especial para muita gente (esclareço que sou torcedor do Palmeiras), uma notícia muito preocupante está circulando pelas redes sociais e noticiários de todo o mundo: as mudanças climáticas têm potencial para afetar a produção da cevada e do lúpulo, dois ingredientes básicos para a produção de cervejas.
Essa péssima notícia para os amantes de cerveja em todo o mundo veio de Atsuhi Katsuki, dirigente e principal executivo da cervejaria Asahi do Japão. Segundo ele, as temperaturas mais altas decorrentes das mudanças climática afetam a produção de malte e do lúpulo, o que poderá comprometer a produção de cerveja em todo o mundo ao longo das próximas décadas.
Essas afirmações foram feitas pelo executivo japonês ao Financial Times, um dos mais importantes jornais de negócios dos Estados Unidos. Pesquisas internas feitas pela Asahi indicam que o aumento das temperaturas reduzirá consideravelmente a produção de cevada e também a qualidade do lúpulo.
Para quem conhece alguma coisa da produção de cerveja, os principais ingredientes usados na sua produção, senão os únicos, são a água, o malte de cevada e o lúpulo. Existe, inclusive, a Reinheitsgebot a lei da pureza da cerveja, que foi promulgada por Guilherme IV da Baviera em 1516.
A cerveja é a terceira bebida mais consumida do mundo, só ficando atrás da água e do café. Também é a bebida alcoólica mais consumida do mundo. De acordo com historiadores e arqueólogos, a bebida vem sendo consumida pelos mais diferentes povos há mais de 6 mil anos.
A mais antiga regulamentação para a produção, comercialização e consumo de cerveja é encontrada no Código de Hamurabi, um conjunto de leis da antiga Mesopotâmia que remonta ao ano 1.160 a.C. Muitos “especialistas” (observem as aspas), afirmam que a civilização surgiu em função da produção e do consumo das cervejas.
Segundo as projeções feitas pela Asahi, um aumento das temperaturas numa faixa de 4º C até o ano de 2050, poderá resultar em uma redução de 18% na colheita de primavera da cevada na França e de até 15% na Polônia.
Essas mesmas condições climáticas poderiam resultar em uma redução de cerca de 25% na colheita de lúpulo na República Tcheca, que é um dos maiores produtores mundiais. O lúpulo é o ingrediente responsável pela preservação e pelo sabor da cerveja.
Caso o aumento nas temperaturas globais fique limitado em 2º C, as projeções indicam que a produção de cevada na França e na Polônia serão reduzidas em 10% e 9%, respectivamente. Já a produção de lúpulo da República Tcheca seria reduzida em “apenas” 13%.
Como existe um esforço global dos principais países do mundo para limitar o aumento das temperaturas em 2º C, esse segundo conjunto de perdas na produção dos principais ingredientes da cerveja parecem ser os que melhor representam o que o futuro nos reserva.
Segundo a lei universal da oferta e da procura, sempre que a oferta de um produto diminui, seus preços aumentam. Para os amantes de uma boa cerveja gelada, o futuro parece reservar bebidas com um preço bem mais altos do que nos dias atuais.
Imaginem só – um mundo cada vez mais quente e com cerveja cada vez mais cara…
