CHEGAMOS AO FUNDO DO POÇO: MUDANÇAS CLIMÁTICAS PODERÃO AFETAR A PRODUÇÃO DE CERVEJA 

Hoje é um dia de festa par dezenas de milhões de torcedores: o São Paulo Futebol Clube ganhou, finalmente, a Copa do Brasil. E como sempre acontece nessas ocasiões, os torcedores estão comemorando com muita festa e cerveja… 

Essas afirmações foram feitas pelo executivo japonês ao Financial Times, um dos mais importantes jornais de negócios dos Estados Unidos. Pesquisas internas feitas pela Asahi indicam que o aumento das temperaturas reduzirá consideravelmente a produção de cevada e também a qualidade do lúpulo. 

Para quem conhece alguma coisa da produção de cerveja, os principais ingredientes usados na sua produção, senão os únicos, são a água, o malte de cevada e o lúpulo. Existe, inclusive, a Reinheitsgebot a lei da pureza da cerveja, que foi promulgada por Guilherme IV da Baviera em 1516. 

A cerveja é a terceira bebida mais consumida do mundo, só ficando atrás da água e do café. Também é a bebida alcoólica mais consumida do mundo. De acordo com historiadores e arqueólogos, a bebida vem sendo consumida pelos mais diferentes povos há mais de 6 mil anos. 

A mais antiga regulamentação para a produção, comercialização e consumo de cerveja é encontrada no Código de Hamurabi, um conjunto de leis da antiga Mesopotâmia que remonta ao ano 1.160 a.C. Muitos “especialistas” (observem as aspas), afirmam que a civilização surgiu em função da produção e do consumo das cervejas. 

Segundo as projeções feitas pela Asahi, um aumento das temperaturas numa faixa de 4º C até o ano de 2050, poderá resultar em uma redução de 18% na colheita de primavera da cevada na França e de até 15% na Polônia. 

Essas mesmas condições climáticas poderiam resultar em uma redução de cerca de 25% na colheita de lúpulo na República Tcheca, que é um dos maiores produtores mundiais. O lúpulo é o ingrediente responsável pela preservação e pelo sabor da cerveja. 

Caso o aumento nas temperaturas globais fique limitado em 2º C, as projeções indicam que a produção de cevada na França e na Polônia serão reduzidas em 10% e 9%, respectivamente. Já a produção de lúpulo da República Tcheca seria reduzida em “apenas” 13%. 

Como existe um esforço global dos principais países do mundo para limitar o aumento das temperaturas em 2º C, esse segundo conjunto de perdas na produção dos principais ingredientes da cerveja parecem ser os que melhor representam o que o futuro nos reserva. 

Segundo a lei universal da oferta e da procura, sempre que a oferta de um produto diminui, seus preços aumentam. Para os amantes de uma boa cerveja gelada, o futuro parece reservar bebidas com um preço bem mais altos do que nos dias atuais.

Imaginem só – um mundo cada vez mais quente e com cerveja cada vez mais cara…

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