TEMPERATURAS EM ILHA DA GROENLÂNDIA SOBEM 10º C ACIMA DO ESPERADO 

A Groenlândia é a maior ilha do mundo e fica localizada ao largo da costa Atlântica do Canadá. Seu território ocupa uma área total com cerca de 2,1 milhões de km², sendo equivalente ao território da Arábia Saudita. O país é considerado um território autônomo da Dinamarca e possui uma população de menos de 60 mil habitantes – muitos deles são leitores do blog

A maioria dos mapas costuma mostrar a Groenlândia como um território imenso, inclusive parecendo ser maior que o Brasil. Na verdade isso é uma distorção cartográfica resultante do uso de uma técnica antiga para a confecção de mapas – a projeção de Mercator. É essa mesma distorção que faz a Rússia e o Canadá também parecem ser bem maiores nos mapas. 

Em função das constantes notícias e estudos falando sobre as mudanças climáticas e os diversos problemas ambientais que elas têm provocado em todo o mundo, a Groenlândia tem sido uma “frequentadora” constante das postagens aqui do blog. Hoje não vai ser diferente. 

Localizada em sua maior parte dentro do Círculo Polar Ártico, a Groenlândia possui mais de 80% de seu território coberto por um manto de gelo. Em tempos de aquecimento global, é bem fácil acompanhar a perda dessa massa de gelo na grande ilha. 

E foi justamente isso o que fizeram pesquisadores da Agência Espacial Europeia usando imagens do satélite Sentinel-2. Imagens da Ilha de Nares, na costa Norte da Groenlândia, foram captadas entre os dias 29 de junho e 3 de julho, mostrando que houve uma significativa perda da camada de neve e gelo da ilha. 

Segundo os pesquisadores, a ilha vem sofrendo os reflexos das altas temperaturas observadas em diversas áreas do Oceano Atlântico e está apresentando temperaturas até 10º C acima da média que seria esperada para essa época do ano. 

Conforme comentamos em uma postagem anterior, o dia 4 de julho foi considerado o dia mais quente da história de acordo com as medições feitas pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, entidades ligadas a NOAA – Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, na sigla em inglês. 

Entre outras causas, essas altas temperaturas são decorrentes da chegada do fenômeno meteorológico El Niño, caracterizado por temperaturas acima da média em uma extensa faixa ao longo da linha do Equador no Oceano Pacífico e que tem repercussões no clima de todo o mundo.  

Muitos especialistas defendem que essa “versão” 2023 do El Niño será mais extrema que em eventos anteriores – talvez seja até algo como um Super El Niño. O derretimento de grande parte da capa de gelo da Ilha de Nares seria uma espécie de avant première dos seus “superpoderes”.

O que mais esse garoto travesso (lembrando que El Niño é “o menino” em espanhol) irá aprontar nos próximos meses? 

Deixe um comentário