O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho – Minas Gerais, expôs, da forma mais dramática possível, os riscos que são criados, dia após dia, pelas atividades mineradoras. Esses riscos incluem a segurança de comunidades humanas, danos aos recursos naturais e prejuízos econômicos – o tripé da sustentabilidade é colocado sistematicamente em xeque.
Por outro lado, nosso mundo moderno e nossas vidas “confortáveis” dependem, como em nenhum outro período da história, dos recursos minerais. Citando um único exemplo: em nossos cotidianos não podemos dispor da presença de smartphones e computadores – as baterias desses equipamentos são construídas usando minerais, notadamente o lítio, um metal com grande capacidade para o armazenamento de energia elétrica.
Nossas casas e apartamentos foram construídos usando matérias primas oriundas da mineração: argila para os tijolos e blocos, calcário para a produção da cal e do cimento, areia para produção de argamassa, concreto e também usada para a produção do vidro. E não menos importante, ferro e aço para a construção das armaduras e estruturas de sustentação, além de alumínio e outros metais que são usados para a fabricação de portas, janelas e metais sanitários.
Nos meios de transporte que usamos diariamente, os metais ocupam os papéis mais essenciais: ferro e aço para a montagem de carros, motocicletas e trens; alumínio, um metal leve e resistente, essencial para a produção dos aviões; e aços especiais para a construção de navios de todos os tipos. Para se produzir todas essas máquinas maravilhosas, gigantescos parques industriais, onde os mais diferentes tipos de metais formam todos os tipos de máquinas e equipamentos de produção. Os serviços de comunicação, essenciais em nosso mundo moderno, dependem dos mais diferentes tipos de metais para a fabricação de equipamentos e redes de comunicação.
Até mesmo a produção dos diferentes tipos de alimentos que consumimos depende da mineração: fertilizantes e corretivos de solos utilizam matérias primas de origem mineral; para a produção de carnes e ovos, a ração dos animais é complementada com vitaminas produzidas a partir de sais minerais criados a partir de diferentes processos de mineração.
Nessa busca frenética e, não raramente, irresponsável, os rios acabam transformados em verdadeiras latrinas devido ao lançamento direto ou acidental de rejeitos de mineração. A tragédia ambiental no rio Doce, ocorrida em 2015, e o recente acidente no rio Paraopeba em Brumadinho, estão entre as mais evidentes entre nós. Existem várias outras calamidades ambientais ao nosso redor que, de tão acostumados que estamos, mal nos damos conta da sua existência.
A extração de areia para a construção civil em importantes cidades como São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, destruiu e continua destruindo importantes trechos dos rios Tietê, Iguaçu e Paraíba do Sul. Outro exemplo drástico – montanhas de rejeitos minerais e de escória de altos fornos ameaçam desmoronar sobre o rio Paraíba do Sul na cidade de Volta Redondo, com potencial para comprometer todo o abastecimento de água na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Essas agressões se multiplicam em diferentes regiões do mundo. Diversas fontes de água e rios sofrem com a contaminação originada pela exploração de carvão, um combustível fóssil essencial em diversas regiões do mundo. Acidentes em poços de petróleo e vazamentos em refinarias são praticamente diários. De quando em vez, se transformam em verdadeiras tragédias ambientais, como no caso do acidente do navio petroleiro norte-americano Exxon Valdez no Alasca em 1989, de onde vazaram 36 mil toneladas de petróleo e 1.800 km² de praias foram contaminados.
A exploração de produtos minerais ocorre em praticamente todas as regiões do mundo – felizmente, devido ao Tratado da Antártida, o grande continente gelado ainda está livre dessa “praga”. Mais raros, os grandes veios com alta concentração de metais se encontram em apenas algumas regiões do globo, onde grandes empreendimentos mineradores a céu aberto arrancam dezenas de milhares de toneladas de minerais dos solos a cada dia. No Brasil, três dessas províncias minerais se destacam – o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, a Serra dos Carajás, no Pará e a reserva de Urucum no Mato Grosso do Sul. Dos seus solos “jorram”, à força, minério de ferro, níquel, manganês, estanho e cobre, entre outros metais, além de ouro em quantidades bem menores.
As minas subterrâneas, aparentemente menos destrutivas que suas congêneres a céu aberto, também dão sua importante quota na produção de minerais importantes para o nosso cotidiano. A busca insana nas estranhas da Terra, porém, cobra regularmente altos preços em vida humanas e em agressões ambientais. As notícias de acidentes em minas subterrâneas, com trabalhadores presos em profundidades cada vez mais insanas, são cada vez mais regulares. No exato momento em que estou escrevendo essas palavras, um grupo de quatro mineiros está preso em uma mina no interior do Peru – o teto de uma galeria desabou, bloqueando o acesso à saída.
As necessidades mundiais de metais não param de crescer e a produção do aço é um indicador dos mais importantes – a produção atual supera a casa de 1,7 bilhão de toneladas/ano, com a China respondendo por cerca de metade dessa produção. Outro importantíssimo metal, com uso nos mais diferentes campos, é o alumínio, com uma produção superior a 800 mil toneladas ano. Em 2008, a produção desse metal bateu um recorde e atingiu a marca de 1,6 bilhão de toneladas. Esses números demonstram quão grandes são os esforços e os problemas da mineração em todo o mundo.
Na lista dos maiores produtores minerais do mundo, o Brasil apresenta a sua própria quota de problemas ambientais ligados às atividades mineradoras. As principais reservas lavráveis do país se encontram em Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul, com reservas calculadas em 9,5 bilhões, 1,2 bilhões e 710 milhões de toneladas, respectivamente. Ao ritmo atual de produção, essas reservas vão se esgotar em pouco mais de 30 anos em Minas Gerais, em 140 anos em Mato Grosso e em 15 anos no Pará. Até lá, vamos assistir a muitas e muitas agressões ambientais. Pelo triste andar da carruagem, assistiremos ainda à morte de muitos rios como visto com o Doce e Paraopeba.
A partir das próximas postagens, vamos falar em detalhes sobre os principais problemas ligados aos diferentes setores da mineração e suas consequências sobre as reservas mundiais de água.
[…] de seres humanos, considerada “prima” dos homens modernos, nunca utilizou nenhuma forma de mineração desastrosa nos recantos em que viveu até seu desaparecimento da face da Terra há aproximadamente 40 mil anos […]
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[…] ÁGUA E MINERAÇÃO […]
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[…] contaminação das fontes de água é um dos principais impactos ambientais provocados pela mineração do carvão. Esse processo é […]
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[…] postagens falamos de uma série de problemas sociais e ambientais criados por diferentes tipos de mineração, especialmente problemas localizados e regionais. Falamos, inclusive de alguns problemas políticos […]
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[…] meio a tantos problemas ambientais criados por projetos de mineração em todo o mundo, essa decisão da Justiça australiana pode […]
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[…] série de postagens, estamos apresentando diversos cases de mineração ao redor do mundo, mostrando que, qualquer […]
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[…] desta série de postagens, onde falamos dos problemas criados pelas diferentes atividades de mineração ao meio ambiente, […]
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[…] a população e, muito pior, geram gravíssimos problemas ambientais na região. Além de todos os problemas tradicionais da mineração, que incluem a supressão da vegetação, destruição e contaminação dos corpos d’água, além […]
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[…] no período, encontramos a construção da Rodovia Transamazônica, a criação de diversos projetos de mineração como o de Carajás, no Pará, a construção de grandes usinas hidrelétricas nos rios da […]
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[…] falando sobre saneamento básico, resíduos sólidos, poluição, irrigação e agricultura, mineração, geração de energia elétrica, bacias hidrográficas e temas […]
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[…] ao meio ambiente, especialmente quando se trata da degradação dos corpos d’água. Em uma longa série de postagens anteriores, tratamos dos problemas criados pelos mais diferentes tipos de atividades mineradoras em diferentes […]
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[…] mineração, conforme tratamos em uma série de postagens anterior, é uma das maiores causadoras de tragédias ambientais no mundo, especialmente no que diz respeito […]
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[…] principalmente do carvão, que além da intensa poluição do ar, afeta profundamente as fontes de abastecimento de água dessas […]
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[…] fim, falamos hoje dos problemas causados pela mineração, principalmente a contaminação de rios, mares e florestas de mangue. São problemas demais para […]
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[…] já tratamos exaustivamente em postagens anteriores, a mineração é uma das atividades econômicas que mais degrada os recursos hídricos de uma […]
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[…] já tratamos em inúmeras postagens anteriores, os resíduos da mineração são extremamente danosos aos recursos hídricos. Expostos às fortes […]
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[…] ocorrem por todo o país. Além das tradicionais atividades ligadas a agricultura e pecuária, as atividades mineradoras, especialmente de níquel, de ferro e de ouro, crescem sem qualquer […]
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[…] já comentamos em uma série anterior de postagens, a mineração é uma das atividades que mais degradam o meio ambiente em todo o mundo. Os […]
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[…] já tratamos em uma série de postagens aqui do blog, mineração e recursos hídricos são duas coisas que não combinam nada bem. Para […]
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[…] com forte atividade mineradora, especialmente em regiões no Sul e Sudeste do Minas Gerais. Os minérios extraídos do solo raramente se apresentam puros e são acompanhados por diversas impurezas que precisam passar por um […]
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[…] bioma Mata Atlântica. De corpo d’’água com qualidade mediana, principalmente por causa de problemas criados pela mineração, o rio Doce saltou de uma hora para outra para o posto de 10° rio mais poluído do […]
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[…] sofrendo já há muito tempo com os impactos criados pela poluição, onde precisamos destacar os problemas criados pela mineração e, sobretudo, pelos rejeitos minerais. Conforme já comentamos em postagens anteriores, os metais […]
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[…] já tratamos em inúmeras postagens aqui no blog, as atividades mineradoras, por melhor gerenciamento e cuidados ambientais empregados, […]
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[…] Aqui eu gostaria de destacar uma preocupação pessoal – foram citadas por algumas autoridades brasileiras a existência de reservas de fosfato na região da foz do rio Madeira e também na Ilha de Marajó, ambas na Amazônia. Atividades mineradoras sempre são problemáticas para o meio ambiente e não seria diferente na Amazônia. A urgência na obtenção desses elementos químicos poderá aumentar, e muito, os danos ambientais desencadeados pela mineração. […]
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[…] fabricação dos painéis: a sílica e a prata. As atividades mineradoras, conforme já tratamos em outras postagens, são altamente agressivas ao meio ambiente. A cobertura vegetal de uma determinada área é […]
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[…] de mineração, conforme já tratamos inúmeras vezes em postagens aqui no blog, são danosas ao meio ambiente, mesmo quando realizadas por empresas sérias com profissionais […]
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[…] A mineração, entretanto, é uma das atividades humanas mais agressivas ao meio ambiente. Matas precisam ser suprimidas para permitir que os solos sejam escavados. Milhões de toneladas de rochas são removidas e processadas para a retiradas dos metais importantes – grandes volumes de rejeitos minerais são gerados nesse processo. […]
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