O Tietê é o maior e mais importante rio do Estado de São Paulo.
Caso você não seja paulista ou não viva aqui no Estado de São Paulo, uma afirmação como esta pode parecer estranha – como um gigantesco canal de esgotos a céu aberto pode ser considerado um rio importante? A dúvida faz todo o sentido. Deixem-me tentar explicar esse ponto de vista:
Com nascentes no alto da Serra do Mar, na cidade de Salesópolis, o Rio Tietê poderia ser apenas mais um riachão sem maior importância, caso corresse na direção do Oceano Atlântico, localizado a pouco mais de 20 km serra abaixo. O relevo acidentado e a altitude de 1.120 metros da Serra do Mar, porém, forçaram as águas do rio na direção contrária, atravessando todo o Estado de São Paulo rumo aos sertões, percorrendo uma extensão total de 1.136 km até encontrar sua foz no rio Paraná. As águas do rio Tietê são usadas no abastecimento de dezenas de cidades, na irrigação de lavouras e captadas por inúmeras instalações industriais; milhares de pescadores profissionais retiram seu sustento das águas do rio e outros tantos amadores se divertem em pescarias nos finais de semana. As águas limpas do rio, acredite se quiser, proporcionam lazer e diversão para muita gente, gerando grandes receitas para empresas dos ramos de turismo e hotelaria. Transformado num rio morto e poluído ao atravessar a Região Metropolitana de São Paulo, o Tietê consegue, naturalmente, depurar suas águas pouco a pouco e, na altura da cidade de Barra Bonita, distante 300 km da capital, ele volta a ser um rio vivo e irreconhecível para muita gente – um verdadeiro “milagre” da natureza.
Antes de focarmos na questão do abastecimento de água, é importante descrever o contexto histórico do rio – e o Tietê tem muita história para contar!
Estudos arqueológicos indicam a presença humana nas margens do rio Tietê há, pelo menos, 6.000 anos, período em que diferentes grupos indígenas se sucederam na ocupação das várzeas e margens, onde encontravam terra fértil para a produção de suas culturas de subsistência, caça farta e muito peixe. O primeiro europeu a desembarcar em terras paulistas no início do século XVI, um náufrago português chamado João Ramalho, teve a sorte de ser acolhido pelos indígenas e a astúcia de entender rapidamente um antigo costume dos nativos – o cunhadismo. Sempre que um homem se casava, a família da noiva passava a considerá-lo com um membro da família, ou seja, todos os irmãos da noiva, os cunhados, passavam a ser seus irmãos. Cronistas da época registraram que João Ramalho, valendo-se deste artifício, se casou com várias índias de tribos diferentes e contava com uma “família” com 5 mil índios. Essa rede familiar de João Ramalho foi fundamental para a fundação e o sucesso futuro da Vila de São Paulo de Piratininga em 1554 e também no processo de catequese dos indígenas pelos padres jesuítas.
A partir da fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, o rio Tietê assumiu o papel de principal via de transporte da região do Planalto Paulista. O transporte entre as diversas vilas da região era facilitado pelo conjunto dos rios Tietê (chamado Anhembi na época), Tamanduateí e Pinheiros, que facilitavam as ligações entre as vilas de São Paulo de Piratininga, Santo André, São Miguel Paulista, Pinheiros, Santo Amaro, Carapicuíba, Santana de Parnaíba, entre outras. O rio Tietê também foi ponto de partida de inúmeras expedições de sertanistas da terra, que iniciaram um incansável trabalho de prospecção de riquezas minerais sertões adentro. Navegando nas famosas canoas monçoeiras, as expedições partiam do porto de Araritaguaba, Freguesia de Itu, hoje Porto Feliz, em São Paulo; o trecho do rio entre a cidade de São Paulo e Itu possui diversas cachoeiras, e permite uma navegação difícil apenas em canoas pequenas. O ilustrador e pioneiro da fotografia no Brasil, Hércules Florence (1804-1879), que nos legou os registros da Expedição Langsdorff (1825-1829), descreve alguns detalhes da construção destas canoas, arte ainda existente nas primeiras décadas do século XIX:
“Os mestres do estaleiro fluvial de Porto Feliz e seus operários haviam preparado dois canoões com cinco pés de largo (1,65 m), cinquenta de comprimento (16,5m) e três e meio de profundidade (1,155 m), feitos de um só tronco de árvore de carvalho e trabalhado por fora, de fundo chato e pouca curvatura. Embarcações pesadas, muito fortes, ainda assim era comum não resistirem aos choques com as pedras impelidas com a rapidez das águas. “
O primeiro roteiro das monções paulistas seguia o trajeto pelos rios Tietê, Grande (Paraná), Anhanduí, e Pardo; atravessavam por terra os chamados Campos das Vacarias, e depois seguiam pelos rios Emboteteu (Miranda), Paraguai e Cuiabá. Foi seguindo este roteiro que os paulistas avançaram muito além da linha do Tratado de Tordesillas, marco divisório estabelecido entre os territórios de Portugal e Espanha em 1494, e atingiram as terras distantes de Goiás, Mato Grosso e Amazônia Ocidental, ampliando os limites do atual território brasileiro. Sem o “caminho líquido” oferecido pelo rio Tietê, talvez o Brasil fosse muito menor do que é hoje.
Continuamos no próximo post.
[…] dos mais afetados por esta destruição e poluição por esgotos e resíduos sólidos é o nosso bom e velho rio Tietê que, apesar de muitos não concordarem, classifico como o mais importante rio do Estado de São […]
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[…] que existe alguma coisa errada com estes números. Considerando que o rio mais poluído do país, o Tietê, atravessa uma região metropolitana com 16 milhões de habitantes e com graves problemas de […]
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[…] Estatística. Os dois primeiros colocados na lista dos rios mais poluídos do Brasil, são os rios Tietê, no trecho que atravessa a Região Metropolitana de São Paulo, e o Iguaçu, no seu trecho inicial […]
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[…] onde foi fundada a cidade de São Paulo, possui uma extensa rede hidrográfica, onde o famoso Rio Tietê é o principal curso d’água. O Tietê recebe contribuições de água de inúmeros pequenos […]
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[…] no chamado Ciclo do Ouro na região das Minas Geraes. Outro rio de importância ímpar foi o Tietê, rio paulista que possibilitou a exploração de toda a região Centro-Oeste do país nas […]
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[…] naturais se encarregam de depurar e limpar as águas. O grande exemplo que podemos citar é o rio Tietê, considerado o mais poluído do Brasil – de rio praticamente morto dentro da Região […]
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[…] hídricos. Dois dos mais importantes rios paulistas têm suas nascentes em seus morros – o Tietê e o Paraíba do Sul. Além desses, a Serra do Mar possui uma infinidade de pequenas nascentes e […]
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[…] leitura rápida, seria bastante fácil achar que o rio descrito é o Tietê – na verdade, estamos falando do Iguaçu, um rio com história geológica muito parecida com […]
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[…] granitos e gnaisses, pertencendo ao chamado Complexo Cristalino Brasileiro. Rios importantes como o Tietê, Iguaçu e Paraíba do Sul têm suas nascentes nas escarpas elevadas da Serra do Mar. Apesar de […]
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[…] modesto para os padrões da região, mas que é maior que muitos rios famosos do Brasil como o Tietê, Iguaçu, Doce e o Paraíba do Sul. Para que você possa se localizar espacialmente, uma vez que é […]
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[…] rio Tietê, para quem não conhece a cidade de São Paulo, atravessa a mancha urbana no sentido Leste-Oeste. […]
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[…] apresentavam sinais de contaminação por esgotos, transpostos a partir das águas do já poluído rio Tietê a partir de 1950. Na mesma época, após a construção da Refinaria Arthur Bernardes e de todas as […]
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[…] Federal e do seu “governo fantoche” no Estado de São Paulo há época tivesse sido cumprida, o rio Tietê estaria limpo no início da década de 1990 e todos nós poderíamos estar pescando, navegando e […]
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[…] O Iguaçu, conforme já apresentamos em postagens aqui no blog, é o maior e mais importante rio do Estado do Paraná. Com nascentes na Serra do Mar e foz nas mundialmente conhecidas Cataratas do Iguaçu, o rio percorre aproximadamente 1.300 km, com uma área total da bacia hidrográfica correspondendo a 70 mil km², englobando 109 municípios e onde vivem 4,4 milhões de habitantes – 33% do território e 42% da população do Estado do Paraná. A história geológica e as características físicas do rio Iguaçu o transformam numa espécie de primo-irmão do rio Tietê de São Paulo. Infelizmente, essas semelhanças familiares têm seu preço: o Iguaçu é o segundo rio mais poluído do Brasil, só ficando atrás do rio Tietê. […]
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[…] décadas, o rio Guandu entrou para a lista dos rios mais poluídos do país, fazendo companhia aos rios Tietê, Iguaçu, Ipojuca, das Velhas e tantos outros corpos d’água destruídos pela ação […]
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[…] OS PROBLEMAS COM A Á… em O BOM E VELHO RIO TIETÊ […]
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[…] as paisagens do Planalto de Piratininga, formando uma grande bacia sedimentar ao longo do curso do rio Tietê e seus muitos afluentes (são mais de 300 cursos d’água na região – algumas fontes chegam […]
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[…] principal rio da região era o Anhembi, antigo nome do rio Tietê. Seu principal afluente é o rio Tamanduateí, que em tupi signicava algo como “o rio dos […]
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[…] principal rio que atravessa a Região Metropolitana de São Paulo é o rio Tietê. Além do Tietê, a Região Metropolitana era cortada por uma infinidade de pequenos córregos, […]
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[…] que vem sendo desenvolvido na Região Metropolitana de Seul é a revitalização do rio Han, o Tietê coreano. Todo o crescimento desordenado vivido pela Região transformou o rio em uma vala de […]
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[…] Pinheiros e a Avenida do Estado. Essas avenidas ocuparam, respectivamente, áreas de várzea dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, os três principais rios do Planalto de Piratininga. A foto que ilustra […]
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[…] mostra um grupo de moradores da periferia de Caracas coletando água no rio Guaire, uma espécie de rio Tietê da Venezuela, durante uma das inúmeras crises no abastecimento de água […]
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[…] Rio Tietê – o maior rio do Estado de São Paulo e também o rio mais poluído do Brasil; […]
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[…] aproximadamente 1.300 km de extensão – eu costumo chamar o rio Iguaçu de primo-irmão do rio Tietê graças a todo um conjunto de semelhanças. A exemplo do grande rio paulista, o Iguaçu é […]
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[…] de não ser um tão extenso quanto os rios Tietê e Iguaçu, o rio dos Sinos conseguiu a verdadeira façanha de chegar à posição de 4º rio mais […]
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[…] Parte das águas que abasteciam essa represa eram bombeadas a partir da bacia hidrográfica do rio Tietê, que àquela altura já sofria com o despejo de grandes volumes de esgotos domésticos e […]
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[…] Serra do Mar, a cerca de 100 km do litoral Sul do Estado de São Paulo. Assim como acontece com o rio Tietê, o Paranapanema corre para o interior na direção do rio Paraná. Na língua dos indígenas da […]
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[…] rio Pinheiros, Pequeno, Alvarengas, Bororé, entre muitos outros. Outro manancial importante era o rio Tietê, que tinha suas águas transpostas na direção da Represa Billings através de duas estações de […]
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[…] é uma das nossas especialidades. Entre os mais abordados podemos citar o rio São Francisco, o Tietê, o Amazonas, o Madeira, o Guandu e o Tocantins aqui no Brasil. Em terras estrangeiras, já falamos […]
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[…] um custo inicial de R$ 1,1 bilhão. De acordo com as premissas do projeto, a calha do Tietê, o maior rio da Região Metropolitana e do Estado de São Paulo, seria rebaixado em 2,5 metros, aumentando a capacidade da calha e evitando a […]
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